Núcleo da Terra está em processo de desaceleração, e duração dos dias pode ser alterada, diz pesquisa

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Conduzida por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia (USC), uma pesquisa comprovou que o núcleo da Terra está em processo de desaceleração se comparado com a superfície do planeta. Publicada na revista científica Nature nesta quarta-feira, o estudo ainda não consegue estimar quais seriam as consequências do fenômeno, mas acreditam que a duração dos dias pode sofrer alterações.

Durante as últimas décadas, algumas pesquisas sugeriram que a rotação do núcleo interno da Terra é mais rápida do que o empregado na superfície do planeta. O novo estudo dos americanos, no entanto, diverge da questão e aponta que, na verdade, o “recheio” da Terra tem apresentado desaceleração desde 2010, chegando a se mover mais lentamente do que a superfície.

A mais de 4.800 quilômetros sob nossos pés, o núcleo interno da Terra tem aproximadamente o tamanho da Lua e é um mistério inexplorado para os cientistas. A fim de desvendar seus segredos, pesquisadores se apoiam nas ondas sísmicas geradas por terremotos, que fornecem informações sobre o movimento e a estrutura interna do planeta.

Planeta Terra. — Foto: Unsplash
Planeta Terra. — Foto: Unsplash

Na pesquisa da USC, os cientistas analisaram dados sísmicos de 121 terremotos entre 1991 e 2023 nas proximidades das Ilhas Sandwich do Sul. Além disso, informações de testes nucleares conduzidos pela União Soviética entre 1971 e 1974, assim como por França e Estados Unidos, foram incorporadas à pesquisa.

Dessa maneira, os resultados revelam que a desaceleração da rotação do núcleo interno é influenciada diretamente pela turbulência do núcleo externo circundante. Esse fenômeno não apenas gera o campo magnético protetor da Terra, mas também é modelado pelos efeitos gravitacionais das densas camadas do manto rochoso que o rodeiam.

O que tem no núcleo do nosso planeta?

O núcleo da Terra é composto principalmente de uma esfera de ferro líquido submetida a temperaturas superiores a 4 mil graus e pressões mais de 1,3 milhão de vezes maiores que a do nível do mar. Nessas condições extremas, o ferro se comporta como um líquido, semelhante à água dos oceanos.

Observação da Terra realizada durante passagem noturna da tripulação da Expedição 40 a bordo da Estação Espacial Internacional. — Foto: Reid Wiseman/Nasa
Observação da Terra realizada durante passagem noturna da tripulação da Expedição 40 a bordo da Estação Espacial Internacional. — Foto: Reid Wiseman/Nasa

No entanto, apenas no centro desse núcleo, onde a pressão e a temperatura são ainda mais elevadas, o ferro líquido se solidifica novamente. Os cientistas conseguem determinar a espessura dos núcleos sólido e líquido, bem como a variação da pressão com a profundidade, através da análise das ondas sísmicas que atravessam o centro da Terra.

Núcleo da Terra gira em sentido contrário ao de rotação do planeta

Segundo outra pesquisa realizada e publicada por cientistas e geólogos chineses, a rotação do núcleo interno segue um padrão diferente do da superfície porque é regido por duas forças.

Núcleo da Terra gira em sentido contrário ao de rotação do planeta — Foto: Infoglobo
Núcleo da Terra gira em sentido contrário ao de rotação do planeta — Foto: Infoglobo

Enquanto o campo magnético incentiva uma rotação contrária ao sentido de rotação geral do planeta, a força da gravidade da massa de toda a Terra impulsiona o núcleo interno no outro sentido. O desalinhamento da rotação ocorre por causa de diferenças na intensidade e direção desses dois fatores.

O que causou a reversão de rotação do núcleo da Terra?

O modelo teórico que os chineses apresentam agora não tem efeito prático em relação à maneira com que geólogos lidam com terremotos ou com o magnetismo terrestre, mas deve ajudar a refinar as teorias que explicam como a Terra se altera ao longo das eras.

Não está claro se a oscilação tem relação, por exemplo, com a reversão do campo magnético terrestre, quando polo Sul e polo Norte se invertem, a cerca de cada 500 mil anos. O ciclo de cerca de 70 anos, porém, pode ajuda a explicar com mais precisão outros fenômenos geofísicos, como oscilações microscópicas na duração do dia e no campo magnético do planeta.

Essas alterações são pequenas quando comparadas à gravidade do aquecimento global gerado pelo aumento do CO2 hoje, mas permitem compreender melhor o funcionamento do planeta em uma escala de tempo maior.


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