Aproximadamente 17% dos médicos no Brasil fazem o uso da Inteligência Artificial (IA) Generativa, foi o que revelou uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (11) conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
Intitulado ‘TIC Saúde 2024’, o estudo ainda apontou que a adoção de tecnologias da informação e comunicação (TICs) nos estabelecimentos de saúde do país tem avançado nos últimos anos. Por outro lado, ainda é reduzido o percentual de profissionais da área que receberam capacitação específica para lidar com as demandas da transformação digital.
A 11ª edição do material mostra que apenas 23% dos médicos realizaram algum tipo de capacitação e formação na área de informática em saúde nos últimos 12 meses anteriores à data em que foram consultados. O mesmo número foi observado entre os enfermeiros.
“Tendo em vista o avanço da saúde digital no país, é fundamental que os profissionais de saúde possuam formação específica para o uso adequado das tecnologias digitais, compreendendo seus potenciais e riscos”, alerta em comunicado Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.
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Além disso, 92% dos estabelecimentos de saúde no Brasil possuem algum tipo de sistema eletrônico para o registro de informações dos pacientes. O cenário de aumento também pode ser visto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que passaram de 89% para 97% no quesito informatização.
Inteligência Artificial
Em relação à IA Generativa, que aprende com os dados e é capaz de gerar conteúdos inéditos, o estudo apontou que 16% dos enfermeiros a utilizam, sendo 11% nos estabelecimentos públicos e 26% nos privados.
Auxiliar em pesquisas (86%) e na comunicação entre a equipe de trabalho (66%) estão entre os principais motivos de uso.
Entre os médicos, a adesão individual foi de 17%, sendo 14% nos estabelecimentos públicos e 20% nos privados. Em hospitais com mais de 50 leitos de internação, o número aumentou para 21%. Auxiliar em pesquisas e em relatórios inseridos nos prontuários são algumas das justificativas.
Quando se analisa os estabelecimentos de saúde brasileiros, cerca de 4% recorrem à IA. De acordo com o documento, os recursos mais comuns foram a automatização de processos de fluxos de trabalho (67%), a aplicação ou o uso de ferramentas de IA Generativa, como ChatGPT e Bard (63%), e a mineração de texto e a análise de linguagem escrita (49%).
As entrevistas ocorreram pelo telefone entre fevereiro e agosto de 2024, com 2.057 gestores de estabelecimentos de saúde e 2.021 profissionais de saúde localizados em todo o território nacional.
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