Ironicamente, uma área em que a máquina não pode superar o homem é o próprio desenvolvimento dela, acredita Bill Gates. Com a tecnologia ainda no início, ele vê potencial para a área. “A inteligência artificial está prestes a acelerar o nível de novas descobertas a um ritmo que nunca vimos antes”, diz. A criatividade, no entanto, é um elemento central de como essa área deve crescer — algo que não pode ser antecipado por sistemas.
Se fizermos investimentos inteligentes agora, a IA pode tornar o mundo um lugar mais igualitário. Pode reduzir ou até eliminar o tempo de atraso entre o momento em que o mundo rico recebe uma inovação e quando o mundo pobre tem acesso a ela. Bill Gates
Há bastante espaço de crescimento nessa área porque, segundo o programador, é importante criar ferramentas cada vez mais específicas, que sejam customizadas para as pessoas que vão utilizá-las. Um bom exemplo para ele é um aplicativo de informações médicas paquistanês que vem sendo desenvolvido com comandos de voz inteligentes em urdu, porque a maioria das pessoas no país tem o hábito de mandar áudios em vez de mensagens de texto ou e-mail. E, como o trabalho já foi iniciado no idioma local, erros de tradução serão inexistentes.
Bill Gates prevê que países de alta renda, como os EUA, vejam um crescimento expressivo do uso de IA por sua população até o fim de 2025. Nos países africanos, ele acredita que esse salto só seja possível até o fim de 2026 — mesmo assim, uma curva mais rápida de adaptação do que com tecnologias anteriores. E a IA deve crescer em outros campos, como o da educação, e até substituir aquela desconfortável conversa com o médico no momento de coletar o histórico de saúde do paciente, já que um atendente digital perguntará sobre sua vida sexual, doenças e hábitos.