Empresas adotam IA para produtividade, mas desafios éticos e técnicos exigem estratégias bem definidas
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Por:
Alexandre Gonçalves *
Resumo
A Inteligência Artificial generativa, como o ChatGPT, tem se tornado uma necessidade em diversos setores, incluindo a comunicação corporativa, devido ao aumento da produtividade e eficiência que oferece.
Se você tem acompanhado o noticiário sobre Inteligência Artificial nos últimos dois anos, deve ter notado que a seção “pesquisa sobre o uso de IA” anda agitada, revelando o que já se tornou inevitável: a IA generativa, como o ChatGPT, é uma realidade no cotidiano de trabalho em diversos setores, do jornalismo ao Judiciário. Mais do que uma tendência, tornou-se uma necessidade.
Empresas, instituições e profissionais podem até resistir, mas é como nadar contra a corrente. Pode soar exagerado? Sinceramente, acredito que não. Essa é uma visão realista, respaldada por pesquisas que mostram a crescente adesão de IAs generativas em diferentes setores.
A comunicação é uma das áreas que mais se beneficiou com ferramentas como o ChatGPT. A pesquisa “Cultura de Dados, Mensuração e Inteligência Artificial na Comunicação”, realizada pela Aberje em parceria com a Cortex, revela que 76% das empresas no Brasil já incorporam a IA em suas operações. E, dentro desse universo, 58% do uso se concentra na comunicação, indicando que mais da metade das organizações que adotaram a IA utilizam a tecnologia em suas estratégias de comunicação.
Mas por que tanta adesão na comunicação corporativa?
O principal motivo apontado pelas 100 empresas entrevistadas é o aumento da produtividade. Nada menos que 87% destacaram a economia de tempo proporcionada pela IA. Outros usos apontados na pesquisa incluem:
– 47% utilizam IA para criação de conteúdo.
– 32% para canais digitais.
– 40% para geração de insights.
– 39% para aumento de produtividade.
– 28% na combinação de dados.
– 32% para análise de dados.
– 21% para identificação de tendências.
– 18% para realização de pesquisas.
– 5% para projeção de resultados.
Mais conhecimento é necessário
Embora a IA esteja presente, a pesquisa também destaca uma lacuna de conhecimento sobre como ferramentas como o ChatGPT funcionam e quais possibilidades podem ser exploradas para expandir seu uso. Por exemplo, 55% das empresas disseram sentir falta de um “toque humano” e de personalização.
Nesse caso, uma alternativa seria criar um GPT customizado, treinado para executar tarefas com base em um comportamento, estilo e tom específicos, utilizando exemplos em sua base de conhecimento. Isso facilitaria a interação e a obtenção de resultados com o toque desejado.
Da mesma forma, 56% das empresas expressaram preocupação com a desinformação e a falta de precisão. Trabalhar com fontes selecionadas é uma forma de superar essa barreira, além de compreender que todos os resultados gerados por IAs devem ser revisados e verificados.
Por fim, as questões jurídicas e éticas, que preocupam 49% dos entrevistados, merecem atenção constante e precisam fazer parte da rotina. Manter um protocolo de uso atualizado e compartilhado com toda a equipe é uma medida prioritária para garantir o uso responsável da IA.
Para onde estamos indo?
A pergunta que fica é: como equilibrar os benefícios de produtividade e eficiência que a IA oferece com a necessidade de manter o uso ético e responsável? O uso da Inteligência Artificial em setores como comunicação corporativa é inevitável, mas é essencial que as empresas adotem a IA de forma planejada e estratégica, sabendo onde a tecnologia pode agregar valor e que protocolos de diretrizes e supervisão humana são e serão sempre indispensáveis.
(*) Alexandre Gonçalves é jornalista, fundador da agenteINFORMA – conteúdo e produtos digitais, e desde março de 2023 edita a newsletter agenteGPT, onde compartilha insights e sua experiência de usuário do ChatGPT.