O Google está afundando como o Titanic? Essa é uma analogia que especialistas tem feito por conta dos problemas que ele deve enfrentar, como detalha o The Wall Street Journal. Durante décadas, o Google reinou como o mestre indiscutível dos motores de busca. Com mais de 80% de participação de mercado, está muito à frente de seus concorrentes, quer estejamos falando de Bing, Yahoo, Yandex, etc.
Além disso, muitos estão cada vez mais inclinados a usar IAs como o ChatGPT para fazer perguntas diretamente, em vez de passar pelo Google. Essas IAs fornecem respostas diretas e personalizadas, eliminando a necessidade de pesquisar em vários sites para encontrar o que as pessoas procuram. Este desenvolvimento tecnológico põe em causa o próprio modelo dos motores de busca tradicionais, que dependem da navegação na web e de cliques.
Estudos já demonstram as consequências. A quota de mercado do Google nos lucros obtidos através da publicidade em pesquisas deve cair para menos de 50% em 2025, algo que não acontecia há quase 10 anos.
A IA está se voltando contra o Google?
É preciso dizer que as diferentes soluções generativas de IA como Gemini, ChatGPT, Claude, Perplexity, Copilot e outras são numerosas e cada vez mais avançadas. Geralmente são capazes de oferecer uma resposta direta a um grande número de perguntas, mesmo que muitas vezes possam estar erradas. Esta opção muda radicalmente a forma de procurar informação e de alguma forma rouba o “trabalho” dos motores de busca.
O Google compreendeu o potencial desta IA e obviamente não perdeu o bonde da inteligência artificial. A empresa também oferece uma das soluções mais eficientes, ou seja, o Gemini. A gigante americana também foi mais longe ao integrá-lo ao seu mecanismo de busca com a funcionalidade AI Overview.
Além da clássica lista de sites que obtemos fazendo uma pesquisa no Google, a AI Overview permite-nos obter diretamente uma resposta à nossa consulta gerada pelo Gemini. Isso então aparece em uma inserção na parte superior. De acordo com o JeuxVideo, um estudo realizado em 1º de julho de 2024 e conduzido por Rand Fishkin, especialista em SEO, 6 em cada 10 pesquisas (60%) nos Estados Unidos não resultam em clique.
Isto pode ser explicado por vários motivos. Os internautas podem encontrar as suas respostas diretamente nos títulos ou breves resumos que aparecem, ou mesmo no AI Overview para os países que já dispõem desta opção. Ou, pelo contrário, podem ficar frustrados por não terem uma resposta suficientemente rápida. Em qualquer caso, mesmo que o Google ainda esteja longe de ter entrado em colapso, o seu motor de busca está destinado a evoluir, de uma forma ou de outra.
Assim como o Titanic, o Google também parecia invencível… mas talvez não seja.
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