Uma ferramenta de IA permitiu que o Espírito Santo ficasse em primeiro lugar no Exame Nacional do Ensino Médio, isso porque a plataforma expandiu a capacidade da prática de escrita dos alunos da rede pública estadual do Estado. A notícia foi matéria em várias mídias e nos faz pensar sobre como máquina e conhecimento podem ser uma forma de encontrar insights e melhorar a performance.
Trabalhando com educação de idiomas, percebo que tecnologias da informação e comunicação há muito tempo vem revolucionando a forma como nos aproximamos do aprendizado de línguas. Tradicionalmente, muitos estudantes enfrentam dificuldades significativas, como a falta de prática contínua, barreiras para a imersão linguística e a ausência de feedback imediato e personalizado.
Agora é a vez da inteligência artificial (IA) – especialmente em sua forma generativa – que está criando oportunidades sem precedentes para prática, interação com o idioma e aceleração do aprendizado tanto nas habilidades orais quanto nas escritas. O Brasil é o 10º maior produtor mundial de Tecnologia da Informação e Comunicação ao lado de grandes potências como EUA, China, Japão e países europeus. Os dados são da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, Brasscom.
A necessidade de alfabetização digital é tal qual a sua demanda. Com a disseminação do acesso à IA, estudantes agora podem mergulhar em um vasto universo de possibilidades de prática interativa. Plataformas habilitadas por IA não apenas capacitam os alunos a consumirem conteúdo passivamente, mas também os incentivam a criar, interagir e comunicar-se ativamente em um idioma estrangeiro. Isso resulta em um aprendizado mais imersivo e eficaz, onde os alunos se sentem mais motivados e engajados.
Imagine um estudante de inglês que pode praticar conversação com um assistente virtual inteligente, como um chatbot que simula diálogos realistas e oferece correções instantâneas. Outros exemplos incluem utilizar ferramentas de tradução avançadas que não só traduzem, mas também explicam nuances culturais e sugestões contextuais, ou plataformas de escrita que fornecem feedback detalhado sobre gramática, estilo e coerência.
Além disso, a IA permite uma personalização sem igual no ensino, adaptando-se às necessidades individuais de cada aluno. Esse ajuste personalizado acelera significativamente o processo de aquisição de idiomas, já que cada estudante recebe um roteiro educacional único que respeita seu ritmo e estilo de aprendizado. É como ter um tutor particular disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, capaz de fornecer feedback instantâneo e ajustes contínuos no programa de estudos.
Ferramentas como aplicativos de reconhecimento de fala permitem que os estudantes pratiquem sua pronúncia e obtenham correções em tempo real, ajudando a alinhar suas habilidades orais com os padrões nativos. Softwares de gamificação de aprendizado, por exemplo, transformam a aprendizagem em uma experiência interativa e divertida, incentivando a prática constante sem a monotonia dos métodos tradicionais.
Essas numerosas e crescentes possibilidades interativas e adaptativas da IA tem o potencial de transformar radicalmente a experiência de aprendizado. Alunos passam a participar de um processo educacional muito mais dinâmico, onde cada interação é uma oportunidade de crescimento. Uma melhora na proficiência no idioma alvo, na confiança e na competência dos estudantes.
Nelson Toledo, coordenador acadêmico do Edify Education.