A Inteligência Artificial na indústria de Commodities e as vantagens de utilizá-la nas operações de seguros

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Brasil segue liderando historicamente exportação de commodities 

O Brasil é um país historicamente marcado pela agroexportação e continua mantendo sua posição como país exportador de commodities, uma vez que possui fatores como clima favorável, vastas terras cultiváveis e alta capacidade produtiva. A coordenadora do curso de pós-graduação em Negócios Internacionais e Comércio Exterior da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Sabrina Della Santa Navarrete destacou que o crescimento da demanda mundial por alimentos, influenciado pelas projeções de aumento populacional, abre oportunidades para a exportação de produtos processados de maior valor agregado. “A preocupação crescente do Brasil com a sustentabilidade ambiental e a responsabilidade social também demonstra aos stakeholders, cada vez mais preocupados com questões ambientais e sociais, que o Brasil tem adotado práticas agrícolas mais sustentáveis e que as empresas brasileiras têm incluído a agenda ESG em suas estratégias de negócio buscando mitigar riscos e criar valor no longo prazo” – comentou Sabrina.

IA na indústria de commodities

Seguindo a tendência global de preservação ambiental, que se tornou uma preocupação em diversos segmentos no mercado, o setor de seguros também tem trabalhado no desenvolvimento de estratégias que fomentem a sustentabilidade. Além disso, a inteligência artificial tem impulsionado setores como o de commodities, por meio de análises preditivas e automação, e oferece perspectivas transformadoras para o setor de seguros, especialmente na personalização de serviços e mitigação de riscos. Segundo a matéria do Finance Magnates, a IA atua na automação de operações reduzindo a latência em mercados dinâmicos, enquanto a segurança cibernética é significativamente fortalecida por meio da detecção proativa de ameaças e vulnerabilidades. Através da IA, é possível melhorar a vigilância do mercado, identificando práticas abusivas, contudo, a adoção dessa tecnologia também apresenta desafios regulatórios e éticos. 

Desafios na aplicação 

Ainda de acordo com a matéria, a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) estabeleceu diretrizes para promover o uso responsável da inteligência artificial no mercado de commodities, garantindo conformidade com as leis existentes. Embora a IA tenha um enorme potencial para transformar a negociação de derivados, a CFTC reforça que as regras de conformidade permanecem inegociáveis. Soluções de IA, sejam desenvolvidas internamente ou adquiridas externamente, devem alinhar-se às regulamentações. Entidades devem preservar princípios de concorrência justa e descoberta de preços, conforme exigido pela regulamentação. A proteção ao cliente continua sendo prioridade, e a adoção da IA não isenta as entidades de obrigações financeiras e de divulgação, como no caso de comerciantes que gerenciam fundos segregados usando essas tecnologias.

Estabelecer metas para o uso da IA é fundamental no setor de seguros

Definir metas claras para o uso da inteligência artificial no setor de seguros é importante para equilibrar inovação e conformidade regulatória, além de alinhar as iniciativas de IA aos objetivos organizacionais. A IA possui o potencial de transformar o setor, personalizando apólices, automatizando sinistros, melhorando a experiência do cliente e otimizando a gestão de riscos. No entanto, desafios como resistência interna à mudança, questões éticas, necessidade de capacitação de funcionários e conformidade regulatória podem dificultar sua implementação. O Insurance Innovation Reporter apontou em matéria que a definição de metas oferece maior foco e facilita o alinhamento estratégico, garantindo que os projetos de IA gerem valor tangível e estejam integrados às prioridades de negócios. Isso ajuda as seguradoras a ampliar o retorno de investimentos, aprimorar a eficiência e melhorar o atendimento ao cliente, fortalecendo sua posição no mercado.

Eficiência e regulamentação como base

A IA trouxe para o ramo segurador maior eficiência, inovação e personalização. Tecnologias como aprendizado de máquina e IA generativa são consideradas primordiais por 52% das seguradoras no KPMG Global Tech Report 2023. Além disso, o portal Insurance Thought Leadership revelou que 58% dos CEOs de seguros, conforme o Insurance CEO Outlook 2023, esperam fortes retornos sobre o investimento em IA nos próximos cinco anos – o que comprova a confiança dos líderes na tecnologia. Entre as principais aplicações, destacam-se a automação de processos administrativos, como o tratamento de sinistros, a detecção aprimorada de fraudes e a melhoria na interação com clientes, possibilitando experiências personalizadas e empáticas em tempo real. Embora a supervisão humana ainda seja necessária em várias funções, a automação completa está cada vez mais próxima. Para uma implementação eficaz, a regulamentação é fundamental. O American InsurTech Council (AITC) propôs uma estrutura regulatória à National Association of Insurance Commissioners (NAIC), com um modelo de atestado que exige das seguradoras comprovar anualmente a conformidade de suas práticas de IA com as regulamentações. A proposta prioriza a proteção ao consumidor, reforça a responsabilidade das seguradoras no uso de dados e modelos de terceiros e aborda preocupações éticas, como vieses e impactos na privacidade, o que fortalece a urgência de exigir das empresas o uso responsável da IA no setor.

O alicerce que orienta processos na indústria de commodities e de seguros

A inteligência artificial surge como uma aliada indispensável na transformação da indústria de commodities e no avanço das operações de seguros. Sua aplicação transcende a automação de processos e eleva a eficiência operacional, proporcionando insights preditivos, personalização de serviços e mitigação de riscos em um nível inédito. Enquanto no setor de commodities a IA otimiza previsões e processos logísticos, no mercado de seguros ela redefine a experiência do cliente, automatiza operações críticas e fortalece a gestão de riscos. Com uma abordagem responsável, regulada e transparente, a tecnologia pode além de melhorar operações internas, fortalecer a confiança do consumidor. Portanto, adotar metas claras para a IA e se manter de acordo com exigências de regulamentação constrói uma base para um futuro mais seguro e confiável e que leve em consideração os clientes. Essa correlação entre tecnologia e governança pavimenta o caminho para que a indústria de commodities e de seguros navegue com resiliência nos desafios.

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