A transformação digital trouxe inúmeros benefícios, mas também expôs empresas e consumidores a novos riscos cibernéticos. O aumento da conectividade, a proliferação da Internet das Coisas (IoT) e o crescimento das transações digitais criaram um ambiente fértil para os cibercriminosos. Dados recentes (Security Boulevard), indicam que o custo global do cibercrime poderá gerar perdas na ordem dos 10,5 mil milhões de dólares até 2025.
Segundo Alberto López, vice-presidente de Soluções de Cibersegurança e Inteligência Artificial da Mastercard, “a cibersegurança não é apenas uma prioridade técnica, mas um alicerce para a continuidade dos negócios”. O executivo alerta ainda para o crescente impacto do ransomware, com 20% dos ataques direcionados a roubar dados financeiros, enquanto 11% têm como alvo as informações pessoais e 7% os dados de propriedade intelectual.
O custo global dos ciberataques pode ser assustador. O ransomware e o malware, por exemplo, deverão custar cerca de 265 mil milhões de dólares até 2031, segundo o Cybersecurity Ventures Ransomware Market Report 2022. Por sua vez, as perdas relacionadas com fraudes de identidade cresceram 79% em 2021 e, segundo o Javelin Identity Fraud Study The Virtual Battleground, foram responsáveis por perdas na ordem dos 24 mil milhões de dólares em 2021. Segundo relatórios da IBM, o custo médio de uma violação de dados chegou aos 4,2 milhões de dólares em 2021, o maior valor dos últimos 17 anos. Perante este contexto, a Mastercard acredita que não são apenas as empresas que são desafiadas a fortalecerem os seus sistemas, mas também os líderes que devem procurar integrar a segurança digital nas suas estratégias.
Para proteger os nossos clientes de ameaças emergentes, a Mastercard investiu 7 mil milhões de dólares nos últimos anos para fornecer tecnologia avançada de IA para proteção da cibersegurança.
NIS2 responde à escalada de riscos
A diretiva NIS2 da União Europeia representa um marco para a cibersegurança, expandindo a abrangência para 18 setores críticos e introduzindo exigências rigorosas na relação entre empresas e os seus fornecedores. Para cumprir com estas novas regras, será essencial adotar uma abordagem integrada, combinando tecnologia avançada e formação de lideranças. “O cumprimento da NIS2 exige que os CEO e CFO estejam informados sobre os riscos, mas também preparados para investir em soluções eficazes. A cibersegurança deve fazer parte da agenda do conselho de administração”, alerta Alberto López, sublinhando a importância de se alinharem as estratégias corporativas à nova realidade digital.
IA é uma aliada na prevenção
A Mastercard usa inteligência artificial para monitorizar 143 mil milhões de transações anuais em mais de 200 países, protegendo tudo, desde pagamentos até acesso a plataformas digitais. “A inteligência artificial permite-nos analisar em tempo real todas as transações que estão a passar pela nossa rede, bloqueando aquelas que constituem uma ameaça real, e destacando as mais suspeitas, identificando quem está a entrar e a sair da rede, aplicando autenticação multifatorial para ter a certeza de que o utilizador é o legítimo proprietário das suas credenciais e ajudando o ecossistema a monitorizar fornecedores e terceiros”, explica Alberto López.
Entre as principais ameaças identificadas estão as chamadas fraudes emocionais, como scams românticos e esquemas relacionados com criptomoedas, bem como as fraudes corporativas que incluem Business Email Compromise (BEC) e CEO Fraud, em que criminosos usam táticas sofisticadas para redirecionar pagamentos. Os danos vão além das perdas financeiras, afetando a confiança dos consumidores e a reputação das empresas. A Mastercard, através da IA, não só reduz estes riscos, mas também fortalece a resiliência das instituições financeiras.
Soluções inovadoras para um futuro seguro
A Mastercard tem liderado na aplicação da inteligência artificial para enfrentar o crescente número de fraudes financeiras, evitando que milhões de dólares sejam perdidos para os cibercriminosos. Entre as soluções disponibilizadas conta com serviços de consultoria para avaliar o impacto regulamentar até ferramentas avançadas como:
Cyber Insights: identifica e monitoriza tendências de ciberameaças e vulnerabilidades emergentes.
RiskRecon: analisa a cadeia de fornecimento para reduzir riscos na relação com os fornecedores.
Systemic Risk Assessment: avalia riscos multidimensionais, como cibernéticos, geopolíticos e financeiros, oferecendo planos de ação em caso de crises.
A ética é também um pilar fundamental para a Mastercard. De acordo com a multinacional, os investimentos em IA responsável não são apenas uma tendência; são uma necessidade. Por isso, garantir que a tecnologia seja ética, inclusiva e transparente é fundamental para gerar confiança e criar um impacto positivo no mercado.
O papel da colaboração global
Nenhuma organização pode combater o cibercrime sozinha. A Mastercard aposta nas parcerias interbancárias e na partilha de dados para maximizar a eficácia das suas estratégias, considerando a deteção proativa de fraudes e a monitorização contínua de transações essenciais para proteger o ecossistema financeiro global. “O futuro da cibersegurança será marcado pela evolução contínua das normativas e pela colaboração global. Veremos surgir novas diretivas como NIS3 e DORA2, impulsionando a inovação e a proteção digital”, prevê Alberto López.
De acordo com este responsável, a proteção será uma vantagem competitiva e, nesse contexto, empresas, governos e consumidores precisam agir agora para criar um ecossistema financeiro mais seguro e resiliente. Por essa razão, a Mastercard lançou, em maio passado, o Centro de Ciber-Resiliência na Europa, que funciona como um centro para a região, reunindo uma reserva diversificada de talentos em cibersegurança e segurança física de toda a comunidade global da Mastercard.
Para as instituições financeiras, a cibersegurança deixou de ser um custo operacional para se tornar uma vantagem competitiva. Para os clientes, é uma garantia de que as suas transações e informações estão seguras.
A Mastercard acredita que a construção de um futuro digital mais seguro exige mais do que ferramentas: requer liderança, visão estratégica e uma abordagem colaborativa para enfrentar os desafios crescentes da cibersegurança. Num momento em que a confiança e a sustentabilidade são cruciais para o mercado financeiro global, as instituições precisam de adotar soluções que não só protejam os seus ativos, mas também promovam a sua resiliência e a inovação no ecossistema digital.