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E praticamente definiu os rumos da indústria tech

27/12/2024



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O ChatGPT completou dois anos desde sua primeira versão
pública
no final de novembro. O projeto em si nasceu bem antes, como uma missão
da OpenAI em desenvolver sistemas de inteligência artificial que fossem também
acessíveis. Tanto por isso, quando a plataforma foi lançada globalmente em 30
de novembro de 2022, ela já estava na versão 3.5 do modelo de linguagem GPT, ou
Generative Pre-trained Transformer (Transformador Generativo Pré-treinado).
Desde então, muita coisa evoluiu não apenas no ChatGPT, como no mercado tech
como um todo, que enxergou nas soluções de IA o ponto de virada para alavancar
a próxima revolução industrial. A seguir, relembre o histórico da plataforma de
IA, com retrospectos de sua evolução até aqui, além alguns vislumbres sobre o
que os planos da OpenAI reservam para os próximos anos de sua plataforma.

Investimento de quase uma década

Antes de chegar à fundação da OpenAI em 2015, é preciso
voltar alguns anos, para 2012, quando a NVIDIA reconheceu em suas GPUs, um
potencial muito maior do que apenas criar gráficos de jogos, mas de realizar
cálculos e inferências extremamente complexas para tarefas de aprendizado de
máquina (ML). Mais que o potencial do hardware, parte da competência nessas
cargas de trabalho estava relacionada diretamente à API CUDA, uma interface
proprietária de programação em C desenvolvida para aproveitar ao máximo o
potencial de paralelismo dos processadores gráficos.

Essa mudança de foco para avançar GPUs, não apenas para
lazer, mas para os segmentos de P&D, possibilitou que, quando a OpenAI
fosse fundada, já no ano seguinte a NVIDIA conseguisse entregar o primeiro
servidor DGX AI, desenvolvido sob medida para atender as demandas específicas
da criadora do ChatGPT. Com tamanho poder computacional, a fundação conseguiu
explorar diversas frentes em potencial do uso de IA, e o chatbot lançado em
2022 era apenas uma das possíveis aplicações, como explica Kenneth Corrêa,
especialista em Dados, Inteligência Artificial e Metaverso e Professor na
Fundação Getúlio Vargas (FGV) e na Avado Learning, Inglaterra.

“É curioso pensar que o ChatGPT nasceu quase que por
acidente. A OpenAI já tinha a tecnologia GPT há pelo menos dois anos, e o
chatbot era apenas uma das possíveis aplicações. Mas quando decidiram
disponibilizar essa interface conversacional para o público, algo
extraordinário aconteceu: em apenas 5 dias, mais de 1 milhão de pessoas já
estavam usando a ferramenta, tornando-o o aplicativo de consumo com crescimento
mais rápido da história”, relembra o especialista.

De lá para cá, a plataforma, liberada ao público
inicialmente com o modelo GPT-3.5, recebeu uma série de melhorias, como o
modelo GPT-4, e o Modo Empresarial com a versão Pro, permitindo personalizar o
ChatGPT para necessidades específicas, ambas em 2023. Já em 2024, o chatbot
recebeu suporte a interações multimodais e a integração com o DALL-E para gerar
e reconhecer imagens, abrindo margem para análise mais detalhadas de dados.

“A evolução tecnológica também foi notável. Começamos com o
GPT-3.5, passamos pelo GPT-4 e agora temos o GPT-4o, capaz de processar texto,
imagem, áudio e vídeo simultaneamente. Mais recentemente, o lançamento do
modelo o1 trouxe algo ainda mais interessante: a capacidade de ‘pensar antes de
responder’ (…)”, complementa Corrêa.

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De acordo com dados trazidos pelo pesquisador, atualmente o
ChatGPT já processa mais de 10 milhões de consultas diárias entre
aproximadamente 100 milhões de usuários ativos semanais, com o Brasil ocupando
o 5º lugar globalmente em número de acessos. Também segundo Corrêa, pesquisas
em vários setores apontam que o uso regular do ChatGPT já vem aumentando
comprovadamente a produtividade entre 20% e 40%, principalmente em tarefas de
análise e processamento de dados, e nos setores de produtores de conteúdo.

Ainda assim, considerando o contexto da tecnologia e as
curvas evolutivas de avanço, o ChatGPT ainda é uma criança que está “apenas
começando a revelar todo seu potencial”. Kenneth Corrêa encerra categórico,
afirmando que “o próximo ano promete ser ainda mais transformador, à medida que
aprendemos a trabalhar melhor com essa tecnologia que está redefinindo como
trabalhamos.”

Repórter: Techtudo

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