O número de usuários da internet em todo o mundo mais que dobrou desde 2010, e o tráfego global da internet aumentou 20 vezes. Só essa elevação da demanda, somada a tendências como a mineração de criptomoedas, já seria suficiente para acender o alerta do consumo de energia, mas a IA levou as coisas para outro patamar. Na Dinamarca, por exemplo, o uso de energia dos centros de dados está projetado para crescer seis vezes até 2030, representando quase 15% do uso de eletricidade do país.
Gigantes da tecnologia já estão se mexendo
O consumo de energia da Amazon, da Microsoft, do Google e da Meta mais que dobrou entre 2017 e 2021. As quatro empresas gastaram sozinhas 72 TWh em 2022, ou seja, 1 trilhão de watts por hora, o suficiente para alimentar milhões de residências ao longo de um ano.
A saída na qual as big techs estão apostando é a energia atômica. Um terço das usinas nucleares dos Estados Unidos tem discutindo acordos com empresas de tecnologia para fornecer eletricidade para centros de dados, de acordo com uma reportagem de julho deste ano do Wall Street Journal.
A Microsoft anunciou em 20 de setembro que reabrirá sua usina nuclear na ilha Three Mile, na Pensilvânia (EUA), A empresa também investe em uma nova tecnologia de reatores. O local é conhecido por ter sido palco de um dos piores acidentes nucleares da história americana.
O Google não ficou atrás e anunciou um acordo para usar energia produzida por pequenos reatores da empresa Kairos Power, sediada na Califórnia. Até o fim da década, 500 MW (megawatts) de energia livre de carbono 24 horas por dia estarão disponíveis para as redes de eletricidade dos EUA.