Brasil, Chile e Uruguai lideram o uso da inteligência artificial (IA) na América Latina, embora a região esteja longe do desenvolvimento alcançado pelos Estados Unidos ou pela Europa, segundo um relatório apoiado pela Cepal e apresentado nesta terça-feira em Santiago. Pelo segundo ano consecutivo, o Chile ocupa a primeira posição no Índice Latino-Americano de Inteligência Artificial (Ilia), que mede a aplicação da IA em 19 países.
O relatório é elaborado desde 2023 pelo Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile (Cenia), com apoio da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), da União Europeia, de empresas privadas e universidades. Para a elaboração do índice, foram considerados o avanço da pesquisa, inovação e adoção da IA, assim como nível de desenvolvimento da infraestrutura, dados e talento humano, entre outros itens.
Os resultados continuam colocando o Chile como o país onde mais se avançou em IA, com uma pontuação de 73,07 (em uma escala de 100), seguido pelo Brasil, com 69,3, e pelo Uruguai, com 64,98 pontos. Nos três países, “destacam-se os esforços em infraestrutura tecnológica, desenvolvimento de talento especializado, produtividade científica e capacidade de inovação”, de acordo com a pesquisa.
O jogo dos seis erros da inteligência artificial
Os erros da IA
Chile, Brasil e Uruguai “não apenas avançaram na implementação de tecnologias baseadas em IA, mas também estão orientando suas estratégias nacionais para a consolidação e expansão dessas tecnologias em todos os setores de sua economia e sociedade”, destacou a Cenia. No entanto, em nível global, na América Latina “há muita vontade, muito interesse pela tecnologia, mas não há senso de urgência”, afirmou Rodrigo Durán, diretor executivo da Cenia.
Uma das principais deficiências da região é sua incapacidade de desenvolver e reter profissionais especialistas em IA. Embora nos últimos anos tenha aumentado o desenvolvimento de talento humano especializado em IA na América Latina, a região em geral ainda está “muito abaixo dos números do hemisfério norte” e “observa-se uma fuga de talento, que não é retido”, enfatizou Durán.