Pesquisadores da Universidade de Rochester descobriram que o campo magnético da Terra estava alterado — com uma grande concentração de oxigênio — durante o período Ediacarano, de 635 a 541 milhões de anos atrás.
Essa composição pode ter contribuído para o surgimento de organismos multicelulares complexos, característicos dessa era. A descoberta auxilia na compreensão da formação do interior do planeta e nas pesquisas sobre o potencial de vida extraterrestre.
A fauna edicardiana se destaca pela semelhança com os primeiros animais, com organismos chegando a alcançar mais de um metro e com sinais de mobilidade — o que pode significar que precisavam de mais oxigênio do que os anteriores.
O campo magnético da Terra é formado pelo ferro líquido localizado a 4.500 quilômetros abaixo da superfície. Ele é responsável por proteger o planeta do vento solar, o que permite a manutenção da vida.
Durante o período Ediacarano esse campo era 30 vezes mais fraco do que temos atualmente, o que contribuiu para que as partículas do Sol conseguissem retirar o hidrogênio da superfície e aumentar a concentração de o oxigênio.
Para essa análise, foi utilizada uma técnica que estuda o magnetismo preso em cristais antigos de feldspato e piroxênio. Estes contêm partículas que preservam a magnetização desde o momento em que foram formados. Ao datar as rochas, os pesquisadores conseguem construir uma linha do tempo do desenvolvimento do campo magnético da Terra.
Essa força baixa se manteve por 26 milhões de anos, até o período Cambriano. De acordo com John A. Tarduno, professor do Departamento de Ciências da Terra e Ambientais da Universidade de Rochester, “se o campo extraordinariamente fraco tivesse permanecido após o Ediacarano, a Terra poderia ter uma aparência muito diferente do que tem hoje, um planeta rico em água. A perda dela poderia ter gradualmente secado a Terra.”
A maior compreensão de como o campo magnético influenciou a composição da superfície do nosso planeta pode auxiliar os pesquisadores a descobrirem mais sobre a possível vida fora da Terra.
O estudo foi publicado na revista Communications Earth & Environment e pode ser lido aqui.
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