Em resposta à situação, a Aneel acionou suas equipes de fiscalização e convocou representantes das empresas Enel São Paulo, Neoenergia Elektro, EDP São Paulo, Energisa Sul-Sudeste, CPFL Piratininga, CPFL Paulista, CPFL Santa Cruz, CTEEP e Eletrobrás Furnas para a reunião. O encontro busca avaliar o cenário de atendimento, as ações já tomadas e as que estão sendo planejadas, além de discutir o compartilhamento de recursos entre as empresas.
De acordo com a Enel, até a tarde de domingo, 1,3 milhão de clientes já haviam sido reconectados. No entanto, o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, afirmou que a empresa ainda não tem previsão para o restabelecimento total do fornecimento. Ele ressaltou que 500 geradores foram mobilizados para hospitais e outros serviços essenciais, além de dois helicópteros para monitorar as linhas de transmissão e identificar possíveis danos.
As dificuldades enfrentadas pela população sem eletricidade incluem a falta de água em algumas regiões da Grande São Paulo, uma vez que a interrupção no fornecimento de energia afetou o funcionamento de estações elevatórias e boosters, que são fundamentais para a distribuição de água. Entre as áreas impactadas estão bairros na Zona Sul de São Paulo, como Capão Redondo e Grajaú, além de cidades como São Bernardo do Campo, Cotia e Mauá.
O apagão também trouxe consequências econômicas, com a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares anunciando que pretende acionar judicialmente a Enel pelos prejuízos sofridos pelos estabelecimentos comerciais. A central de atendimento da Enel recebeu mais de um milhão de chamadas desde o início do apagão, e a empresa informou que está ampliando a capacidade de atendimento.
A situação se agravou no sábado, com relatos de consumidores que estavam há mais de 17 horas sem luz e enfrentavam dificuldades para entrar em contato com a concessionária. Além disso, sete mortes foram confirmadas devido ao temporal, sendo três em Bauru, no interior de São Paulo, e quatro na Região Metropolitana, incluindo fatalidades causadas pela queda de árvores e muros.
A gravidade do apagão levou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a convocar o diretor-geral da Aneel para uma reunião na segunda-feira (14) para discutir as causas do incidente e definir ações futuras. A expectativa é que o encontro sirva para identificar os desafios enfrentados pelas concessionárias e assegurar o restabelecimento completo do fornecimento de energia na capital paulista e na Região Metropolitana.
O temporal que causou o apagão foi um dos mais intensos registrados nos últimos meses na região. Além dos danos à infraestrutura elétrica, ventos fortes derrubaram árvores e causaram transtornos em diversas áreas, incluindo a interrupção do trânsito em vias importantes e o colapso de estruturas residenciais e comerciais.
A Enel segue orientando os consumidores a utilizarem canais alternativos de atendimento, como o envio de SMS, o aplicativo da empresa e o WhatsApp, para relatar a falta de energia e obter informações sobre o restabelecimento do serviço. Mesmo com o reforço no atendimento, muitos consumidores relatam dificuldades em obter uma previsão para o retorno da eletricidade.
Os efeitos do apagão também afetam o abastecimento de água nas cidades de São Roque e Araçariguama, além de outras áreas da Região Metropolitana. A Sabesp, responsável pelo fornecimento de água, alertou que a situação pode se prolongar até que a energia seja totalmente restabelecida nas áreas afetadas.
Com os impactos do apagão ainda em curso, a expectativa é que a reunião marcada pela Aneel no início da noite de domingo traga definições importantes para mitigar os prejuízos causados à população e assegurar que medidas emergenciais sejam implementadas o mais rapidamente possível.
Fonte: G1.