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O Google foi acusado de monopólio no mercado de busca pelo governo dos EUA. Entre as ações anticompetitivas estavam o pagamento á Apple e à Samsung para que as fabricantes privilegiassem o mecanismo de busca como o navegador padrão nos smartphones.
As ações da Apple caíram quase 5% na segunda-feira, após um juiz decidir que os pagamentos do Google aos fabricantes de dispositivos — feitos em troca de obter colocação preferencial para seu motor de busca — eram ilegais.
A decisão representou uma vitória para o Departamento de Justiça em seu primeiro grande caso antitruste contra as grandes empresas de tecnologia em mais de duas décadas.
Para a Apple, a medida põe em risco uma fonte de receita que tem ajudado a impulsionar as vendas nos últimos anos. Mas a fabricante do iPhone já tem se afastado de sua dependência das buscas tradicionais na internet.
Com a Apple reformulando seu assistente digital Siri para lidar com consultas de forma mais hábil — e integrando chatbots de inteligência artificial em seu software — ela aposta que a tecnologia de IA eventualmente prevalecerá.
Isso destaca a dificuldade do governo com a indústria de tecnologia: ela se move tão rapidamente que, quando uma análise séria acontece, a indústria já está se reestruturando em torno da próxima inovação.
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A Apple está incorporando as capacidades do ChatGPT, da OpenAI, em seu software e espera fazer o mesmo com o chatbot Gemini, do Google. Com o tempo, a empresa poderá direcionar os consumidores para a IA e a Siri em vez do navegador web.
Isso daria à Apple a oportunidade de firmar novos acordos não exclusivos com fornecedores de IA — incluindo o Google — que não infringem as leis do governo dos EUA. Ainda assim, provavelmente levará muitos anos para que a Apple ganhe dinheiro efetivamente com a IA.
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Para o Google, a decisão é um pouco ambígua, considerando os montantes elevados que tem pago à Apple para tornar seu motor de busca a opção padrão.
— No curto prazo, isso pode realmente economizar muito dinheiro — disse Ari Paparo, um empresário de publicidade que já trabalhou no Google.
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A decisão de segunda-feira não determinou as maneiras pelas quais o Google poderia satisfazer o governo, mas o juiz Amit Mehta agendou uma audiência para o próximo mês para discutir o cronograma de um julgamento separado sobre o assunto.
É improvável que o tribunal possa forçar a Apple a abandonar o Google como parceiro de busca completamente como uma dessas medidas, mas pode potencialmente mudar os termos do acordo — e nivelar o campo de jogo.
Um cenário teórico seria a Apple apresentar diferentes opções de motores de busca aos consumidores quando ligam seus novos dispositivos pela primeira vez. Esse sistema poderia funcionar de forma semelhante a um menu nos dispositivos Apple na União Europeia que apresenta uma escolha de navegadores.
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Com essa abordagem, o Google ainda permaneceria uma opção, mas os clientes também poderiam escolher alternativas como Microsoft Bing ou DuckDuckGo. Atualmente, os usuários precisam ir até o aplicativo de configurações do iPhone para mudar seu motor de busca padrão.
Em sua decisão, o juiz Mehta disse que o lucrativo acordo com o Google desincentivou a Apple de lançar seu próprio motor de busca “quando, de outra forma, já teria capacidade para fazê-lo.”
John Giannandrea, um ex-executivo do Google que supervisiona a IA na Apple, tem uma equipe de busca trabalhando para ele. Mas eles têm se concentrado mais nas capacidades de busca dentro do software da Apple, em vez da capacidade de fazer buscas na web ao estilo do Google.
Mesmo assim, a interface da Apple está prestes a mudar nos próximos meses. A empresa lançará o Apple Intelligence, seu novo conjunto de recursos de inteligência artificial, que pode eventualmente transformar a maneira como as pessoas usam seus iPhones e outros dispositivos.
As mudanças incluem uma nova abordagem “Type to Siri” que facilita o uso do assistente virtual sem precisar falar com ele. Isso permitirá que os usuários enviem consultas aos motores de IA de qualquer lugar nos sistemas operacionais do iPhone, iPad ou Mac.