Recentemente foi lançado o Deep Seek, a nova inteligência artificial generativa criada na China com números superiores ao Chat GPT da OpenAI. Com o mundo avançando rapidamente no desenvolvimento de LLMs (Large Language Models) cada vez mais poderosas e de propósito geral, percebemos que as inteligências artificiais estão se tornando progressivamente mais artificiais, afastando-se do conceito de humanização da tecnologia. E é nesse contexto de concorrência global entre as BigTechs para o desenvolvimento da melhor e mais poderosa LLM, que decidimos seguir um caminho completamente oposto: ao contrário de criar mais uma LLM de propósito geral, buscamos algo totalmente novo, o que se materializou no desenvolvimento do Deep Reflection.
Basicamente, iniciamos nossas pesquisas questionando a possibilidade da IA adquirir consciência e a nossa conclusão foi de que, em um nível bem elementar, é possível mimetizar uma consciência digital através da captação de reflexos das nossas interações digitais com o mundo. O que o Deep Reflection faz é expandir e conectar pensamentos, ideias e conhecimentos através do treinamento de SLMs (Small Language Models) específicas para cada indivíduo ao invés do treinamento de uma LLM (Large Language Model) gigantesca com conhecimento totalmente genérico. Na nossa visão, esse novo conceito pode revolucionar o mercado de inteligência artificial, expandindo visões pouco exploradas dentro dessa tecnologia tão inovadora.
Ao treinar uma SLM (Small Language Model) para cada indivíduo com seus pensamentos, ideias, opiniões, gostos e sua visão das coisas, podemos criar um reflexo de como esse indivíduo se posiciona em relação ao mundo. Uma vez que temos o reflexo digital desse indivíduo, podemos agora interagir com as ideias dele como se estivéssemos interagindo com o próprio indivíduo, obviamente, de forma bem elementar. Isso responde a uma pergunta: É possível fazer o download do cérebro de alguém? Dentro desta perspectiva bem específica, a resposta é talvez!
E uma vez que temos o reflexo digital de um indivíduo podemos agora expandir essa tecnologia e conectar diversos reflexos digitais formando uma grande rede onde esses reflexos podem interagir entre si, compartilhando conhecimento para a criação de ideias completamente novas.
Na prática, está cada vez mais comum vermos as pessoas publicando abertamente suas opiniões, expressões, lifestyle e conhecimentos. Se você não faz parte dessa bolha dos “publicadores”, há ao menos um influenciador digital passando constantemente pela sua timeline e replicando padrões via Instagram, Twitter ou Facebook. Com uma óptica cirúrgica, a inserção do novo conceito de reflexões profundas de uma consciência digital une o útil ao agradável, oferecendo uma tecnologia para usufruir das exposições das mídias digitais para criar consciências digitais a partir da publicação de diálogos aprofundados e analíticos. O mais interessante disso tudo é que um criador de conteúdo pode ter sua reflexão digital apenas treinando sua opinião via textos, vídeos ou áudios, tudo de maneira segura para garantir a autenticidade do seu conteúdo com o devido reconhecimento ao criador, essencial no mundo cibernético.
Voltamos nosso olhar para essa ideia disruptiva, avançando de maneira inovadora, onde o próprio usuário se torna essencial para o crescimento dos prompts inteligentes ao compartilhar suas opiniões e conhecimentos. Isso cria uma correlação interessante com as ideias atuais, possibilitando a atualização constante dos pensamentos e até a criação de novas expressões digitais por meio da unificação das ideias de diferentes criadores, além de perpetuar a herança digital de suas reflexões.
A possibilidade de o Deep Reflection se tornar uma tecnologia crucial para a informação e a educação na internet é promissora. Além disso, a criação de padrões e reflexos de consciências digitais irá oferecer ao usuário uma imersão muito mais realista ao interagir com essa tecnologia que tem mudado o mundo.
Giovanni La Porta e Geraldo Neto, pesquisadores da Vórtice.ai e especialistas em Inteligência Artificial.
