As emissões globais de metano (CH4) estão crescendo no ritmo mais rápido em décadas, alerta um novo estudo publicado na terça-feira (30) na revista de ciência Frontiers in Nature. A pesquisa mostra que as emissões do gás aumentaram rapidamente desde 2006, com as taxas de crescimento do gás tendo um “aumento abrupto e rápido” no início de 2020. O metano é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, por isso, os cientistas alertam para que sejam tomadas novas medidas para reduzir as emissões.
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“A taxa de crescimento do metano está acelerando, o que é preocupante. Estava bastante estável até cerca de 20 anos atrás e apenas nos últimos anos tivemos um enorme despejo de metano. Isso tornou o trabalho de combater o aquecimento antropogênico ainda mais desafiante”, disse o cientista climático Drew Shindell, da Universidade Duke, principal autor do estudo.
O metano é um potente gás de efeito estufa que aquece o planeta. À medida que a Terra esquenta, mais metano é liberado, criando um ciclo vicioso. Esse aumento é impulsionado principalmente pela extração e processamento de combustíveis fósseis, como petróleo, gás natural e carvão, especialmente através do fraturamento hidráulico (fracking).
Além disso, a criação de gado e as plantações de arroz também contribuem para as emissões de metano. A decomposição de matéria orgânica em pântanos, acelerada por temperaturas mais altas, libera ainda mais deste gás, impulsionando o aquecimento global.
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Só para se ter ideia, no Brasil, em 2022, o país emitiu cerca de 20,5 milhões de toneladas de metano, sendo que aproximadamente 70% desse total veio do arroto do gado, ou seja, 14,2 milhões de toneladas. Os dados são do Observatório do Clima.
Junto com o gás carbônico (CO2), o metano é um dos principais causadores do efeito estufa. No entanto, enquanto o CO2 pode permanecer no ar por centenas ou até milhares de anos, a menos que seja removido, o metano tem uma “vida útil” mais curta, o que o torna uma ameaça mais fácil de ser eliminada.
Se todas as emissões de metano fossem eliminadas imediatamente, estima-se que 90% do gás acumulado sairia da atmosfera em 30 anos, oferecendo uma maneira mais rápida de diminuir o aquecimento global do que focar apenas no carbono.
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*Sob supervisão de Andréa da Luz
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