A Figma desabilitou a ferramenta Make Designs, que usa inteligência artificial para criar interfaces rapidamente, a partir de pedidos simples, em linguagem natural. O recuo vem após acusações de plágio: para atender ao pedido de criar uma interface para previsão do tempo, a IA simplesmente copiou o design do app nativo do iPhone.
Dylan Field, CEO da Figma, anunciou a remoção do Make Designs em sua conta no X (antigo Twitter). Segundo o executivo, a medida é temporária, até que a equipe possa confiar nas criações da ferramenta. Field também assumiu a culpa pelo problema. Ele admite ter pressionado a equipe para que o recurso estivesse pronto a tempo da Config, evento realizado em junho, deixando de lado avaliações de qualidade.
O problema foi identificado por Andy Allen, CEO da Not Boring Software, que faz apps para o iOS. Em um vídeo também publicado no X, Allen pede para o Figma criar o design de um “not boring weather app” (“aplicativo de previsão do tempo que não seja chato”, em tradução livre).
O Make Designs cria um design praticamente idêntico ao Tempo, da Apple. A temperatura atual em destaque, a previsão para as próximas horas com rolagem na horizontal, uma lista de próximos dias e informações adicionais dispostas em quadrados são iguais aos do aplicativo nativo do iPhone.
Figma diz que modelos de IA são de outras empresas
Segundo Kris Rasmussen, CTO da Figma, a ferramenta Make Designs é usa como base os modelos GPT-4o, da OpenAI, e Titan Image Generator G1, da Amazon. Ele afirma que a Figma em si não realizou nenhum treinamento, apenas criou um sistema de design sob medida. Segundo Field, o problema estava neste sistema.
A Figma, no entanto, pretende começar a treinar seus próprios modelos de IA em breve. A empresa publicou suas políticas sobre o assunto durante a Config. Os usuários têm até o dia 15 de agosto para permitir ou proibir a empresa de usar suas criações no treinamento.
Entre 2022 e 2023, a Figma quase foi vendida para a Adobe, que acabou desistindo do negócio após problemas com autoridades regulatórias. A antiga compradora também é alvo de questionamentos por suas políticas de inteligência artificial.
Com informações: The Verge
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