Abordadas na ExpoMais 2023, inteligência emocional e inteligência artificial voltaram a protagonizar debates na oitava edição do evento, realizada na última semana na sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), ao se conectar ao tema norteador deste ano, o futuro do trabalho.
A relação entre homens e máquinas, sob o ponto de vista dos negócios, esteve em pauta em diversos momentos, como o Expoideas. Um dos convidados a falar sobre o assunto foi Erick Isoppo, CEO da IDB do Brasil Trading.
“Dispomos de ferramentas de inovação, de tecnologia, mas sem o ser humano atrás dessas máquinas, as coisas não acontecem. E para os nossos negócios acontecerem, precisamos estar conectados”, avalia.
“Só é possível fazer bons negócios quando temos conexão, conhecimento e conhecemos toda a cadeia na qual estamos envolvidos. Não podemos ir para o mercado sem nos conhecer primeiro e todo o ecossistema que está em volta. O papel de todos nós é olharmos e direcionarmos a empresa na qual trabalhamos. Cuidar, pesquisar, entender, perguntar, detectar as possibilidades e aproveitar as oportunidades”, acrescenta Isoppo.
Transformação digital
Também convidado para o Expoideas, o CEO da Betha Sistemas, Aldo Garcia, considera que muito se fala em inteligência artificial, mas ainda não temos a dimensão de quanto ela vai mudar a vida das pessoas e impactar nos negócios.
“Hoje já há empresas e pessoas consumindo IA para uma série de coisas. Mas poucas pessoas estão usando a inteligência artificial no seu dia a dia. No futuro, a inteligência artificial vai encurtar a distância entre o que queremos e o conteúdo que está disponível no mercado”, aponta.
Para ele, ainda existem desafios a serem superados no processo de transformação digital, como garantir a segurança e integridade dos dados, contratar e preparar pessoas para utilizar a tecnologia, remodelar os processos, ter soluções integradas e digitalização dos serviços, bem como promover a inclusão digital e melhorar a experiência do cliente ao acessar os serviços digitais.
Produtividade
Mentora de líderes, especialista em gestão de pessoas e partner do Ecossistema Great Place to Work (GPTW), a psicóloga Fabiula Martins explicou durante o Expoideas a importância da inteligência emocional para construir ambientes de trabalho mais felizes e eficientes.
“Colaboradores felizes são até 12% mais produtivos, enquanto funcionários insatisfeitos apresentam uma queda de 10% na produtividade. Empresas com profissionais engajados são 21% mais lucrativas. O cenário do mercado de trabalho mudou de maneira muito forte e muitas pessoas não estão olhando com a seriedade necessária para esse processo de mudança”, entende.
Segundo ela, para ser uma empresa bem posicionada, as pessoas precisam se sentir parte, sentir que estão conectadas com aquele ambiente organizacional. “Se não, elas não vão conseguir ficar. Empresas com ambiente positivo têm 44% mais retenção de talentos”, salienta.
Em um cenário em que falta mão de obra qualificada, o grande desafio é justamente manter os bons profissionais. “Salário mantém as pessoas, mas não por muito tempo, porque hoje as pessoas buscam qualidade de vida. Investir em pessoas é a estratégia para manter os negócios, porque elas estão no centro de tudo”, reforça Fabíula.
“Para ter e manter pessoas, é necessário investir em líderes preparados, em uma estrutura de cargos e salários, com reconhecimento e valorização, e promover o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal”, afirma.