Google Cloud quer ajudar Portugal a tornar-se um «líder» digital e de inteligência artificial

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No maior evento da Google Cloud a nível nacional, que se realizou no Centro de Congressos de Estoril, Sofia Marta, country manager da empresa em Portugal, explicou que o mundo «está a viver a um ritmo muito acelerado», assim como a tecnológica, que «fez 218 anúncios no Next’24 e mais de cem no I/O», os seus eventos globais mais importantes. A responsável deu o exemplo do projecto Astra, que descreveu como uma iniciativa que «vai revolucionar a forma como se interage com a IA, não só na componente de assistente pessoal que interpreta o texto e dá respostas com comentários de voz, mas também na que permite ver aquilo que está à sua volta e perceber o contexto».
A country manager salientou que a estratégia da Google Cloud se foca nos «negócios» e a «potenciar aquilo que pode ser a utilização da inteligência artificial para resolver os problemas mais complexos da humanidade». Sofia Marta deu alguns exemplos destas competências: alertas durante catástrofes naturais ou na saúde, em diversas áreas como a radiologia, a oftalmologia e a patologia digital, ajudando a detectar com maior precisão o cancro da mama. A country manager falou ainda do recentemente anunciado modelo Gemini 1.5 e do desenvolvimento de modelos específicos, como o secLM (dedicado à segurança), o LearnLM (dedicado à educação) e, ainda, da disponibilização da ferramenta ‘Ajuda-me a Escrever’ em português para Google Docs e Gmail. Esta funcionalidade do Gemini ajuda na «elaboração de e-mails, a gerar relatórios ou ideias criativas de conteúdo».

Aumentar as competências nacionais
A responsável sublinhou que, «além de todas as coisas» que a Google está a fazer de uma «forma transversal», há ainda outras iniciativas a ser aproveitadas «localmente no País», onde o enfoque são as «competências digitais». Sofia Marta destacou que a Google tem «tentado colmatar, nos últimos anos, a diferença que existia relativamente a outros países, para melhorar a competitividade de Portugal». Neste sentido, a country manager indicou alguns programas como o ‘Grow wtith Google’, que dá acesso a «estudantes, organizações, profissionais, ONG e outras associações, a uma panóplia de formações, desde básica a avançada e, inclusive, em IA». Além disto, Sofia Marta referiu acções especificas em Portugal com o ‘Rampa Digital’, em parceria com o .PT para «apoiar na digitalização das PME»; formação e certificação com a APDC e o IEFP para a«judar na empregabilidade da população e contribuir para o aumento da competitividade» nacional; e o ‘Impulso IA’, também em coordenação com a APDC, em que o objectivo é «ajudar mil pessoas aprender a tirar partido da tecnologia na sua vida profissional».

A country manager da Google Cloud Portugal disse também que, nos «últimos dois anos», foram atribuídos «mais de deois milhões de dólares em créditos cloud à FCT, para apoiar bolsas de investigação na área da inteligência artificial» e realçou que a empresa está a «trabalhar de uma forma muito próxima com o ecossistema das startups em Portugal», através do programa ‘Google for Startups’. Contudo, o grande anúncio deste evento, foi a parceria com o AI Hub da Unicorn Factory Lisboa, cujo objectivo foi explicado por Sofia Marta: «Conseguimos utilizar a inteligência artificial e as ferramentas da Google para impactar a nossa competitividade e a nossa inovação. Não descurando o tema da sustentabilidade, que é fundamental. Temos várias iniciativas como hackathons, masterclasses, formações, workshops, queremos conseguir chegar a todos e não deixar ninguém para trás».

No final, a responsável revelou aquele que considera ser o papel da tecnológica, no País: «Queremos fazer de Portugal um líder digital e um líder nesta era da inteligência artificial».

Inovação faz parte da Google
Os 25 anos da empresa e os seus maiores feitos foram lembrados por Issac Hernandez, country manager da Google Cloud Iberia. O responsável esclareceu que a missão continua essencialmente a mesma, ou seja, «organizar toda a informação do mundo e torná-la fácil e universalmente acessível». A Google Cloud tem «vindo a fazer grandes investimentos para tornar as tecnologias de cloud e inteligência artificial úteis para todos» e conta com «mais de catorze regiões no mundo e mais de cem data centers», acrescentou. Issac Hernandez disse ainda que Portugal é «vital» para a empresa, por causa dos «cabos submarinos» que fazem a ligação aos continentes americano e africano.

Por outro lado, Luís João, head of public sector and healthcare da Google Cloud Portugal, falou de como a tecnológica e a IA ajudam a aumentar a produtividade e a colaboração. O responsável começou por dizer que «uma das principais razões pela qual os clientes adoptam o Google Workspace é a segurança» e revelou algumas métricas: «Nos últimos três anos, nenhuma vulnerabilidade foi identificada e existem zero evidências de tentativas bem-sucedidas de phishing a contas inscritas no Advanced Protection Program, disponível para qualquer utilizador».

Luís João referiu que a IA não é algo novo no Workspace, pois «existe desde 2015», mas que «surge uma nova era com o Gemini» e que este é, «sem dúvida o maior impacto na produtividade desde a criação do Google Docs». A empresa acredita que as equipas serão «capazes de dar voz às suas ideias e partilhá-las mais facilmente», tendo o responsável dado alguns exemplos, como a criação de conteúdos, as apresentações de slides e realização de campanhas de marketing, entre outros. No que diz respeito às reuniões, Luís João falou da funcionalidade ‘Take notes for me’ para tirar notas do que é dito de forma automática ou sumarizar documentos e a própria reunião; por último, há a possibilidade de o Gemini «participar numa reunião pelo utilizador», para que seja «possível fazer várias reuniões em simultâneo».

A IA já está em todo o lado
No Google Cloud Day ‘24 Lisbon, três empresas nacionais revelaram como usam IA generativa para serem mais eficientes – aqui, foram descritos vários casos de uso. Inácio Brito, CIO e board member da CUF, explicou que a IA na saúde é «entusiasmante», embora haja «desafios que condicionam a estratégia da implementação», sobretudo «éticos». O responsável revelou que os hospitais e clínicas usam IA generativa no «apoio ao cliente» e o «modelo MedLM» para «ajudar os clínicos nas urgências para detecção de fracturas». Além disso, há outras aplicações na área dos exames de cardiologia e imagiologia para facilitar o diagnóstico».

Já Jorge Graça, executive board member and CTIO da NOS, demonstrou que a IA «está presente em vários processos», tem um «potencial disruptivo» e falou de dois casos: um que permite fazer o «resumo de notícias de múltiplas fontes, em diferentes línguas»; e uma ferramenta para «classificar de forma automática os dados» do operador, no que diz respeito às questões da privacidade. Esta, possibilita que sejam feitas questões em linguagem natural e «tem uma precisão de 90%».

Por último, Francesco Costigliola, chief analytics officer da CGD, sublinhou que o uso de IA tem como «foco entregar valor para o negócio» e deu um exemplo operacional: «Extrair automaticamente informação de documentos», o que permite à empresa ser «mais eficiente» e «optimizar o tempo de resposta»; o responsável mencionou ainda outro caso de uso mais ligado à «eficiência comercial», que já está «operacionalizado». Este, consiste na «classificação de movimentos», incide na parte de «personal finance management na app Caixa Directa» e «permitiu descontinuar uma solução externa onerosa».

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