Em 8 de setembro de 2020, o jornal britânico The Guardian, um dos mais influentes do mundo, rompeu os paradigmas da produção jornalística e publicou um artigo escrito por uma Inteligência Artificial, a versão GPT–3 da OpenAI. A partir de um comando elaborado pelos editores do diário, escreveu o texto: “Um robô escreveu este artigo completo. Você ainda está amedrontado, humano?”
A solicitação feita ao GPT era para que fosse escrito um artigo que convencesse as pessoas de que as Inteligências Artificiais “vinham em paz”, ou seja, não ofereciam riscos à humanidade. Recupero esse acontecimento para refletir sobre o que é o objeto desta edição especial de CartaCapital: os desafios da humanidade. Recordo que, ao terminar a leitura do artigo, minha reação inicial foi oposta: estamos diante de uma tecnologia pervasiva, disruptiva e que pode, sim, trazer muitos benefícios, mas também muitos riscos. Por isso, precisamos parar para estabelecer parâmetros para o desenvolvimento e uso da IA.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.