IA: da substituição de empregos à perda de inteligência | Opinião

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Sandro Mesquita. Mestre em Engenharia de Software e coordenador dos cursos de graduação em TI da UniAteneu. Foto: Line Gadelha/Divulgação (Foto: Line Gadelha/Divulgação)
Foto: Line Gadelha/Divulgação
Sandro Mesquita. Mestre em Engenharia de Software e coordenador dos cursos de graduação em TI da UniAteneu. Foto: Line Gadelha/Divulgação

Em um mundo cada vez mais digital, o debate sobre Inteligência Artificial (IA) frequentemente gira em torno do temor de perdermos nossos empregos para máquinas. No entanto, como coordenador dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia de Software, percebo uma questão ainda mais urgente: estamos cedendo a nossa capacidade de raciocinar e ser criativos às IA.

A ferramenta, que poderia ser a nossa maior aliada educacional, capaz de tirar dúvidas e orientar 24 horas por dia, tornou-se um atalho para o aprendizado. Alunos utilizam a IA para realizar trabalhos e fazer as suas provas, desperdiçando a chance de usá-la para construir uma base sólida de conhecimento. Isso equivale a pedir que o professor faça a prova no lugar do aluno, privando-se do essencial processo de aprendizado que poderia obter com aquele mestre.

A dependência excessiva de soluções prontas fornecidas pela Inteligência Artificial está erodindo a nossa habilidade de pensar criticamente e resolver problemas complexos. Ao invés de evoluirmos ao lado da tecnologia, confiamos cegamente nela para tomar decisões por nós, um caminho que inevitavelmente nos levará à obsolescência intelectual.

O verdadeiro desafio não é a IA tomar nossos empregos, mas sim a possibilidade de ela substituir a nossa inteligência. A solução? Encarar a Inteligência Artificial como uma ferramenta de aprendizado avançado, não como um substituto do esforço pessoal. É imperativo reavaliarmos a nossa relação com a tecnologia, cultivando uma parceria que enriqueça o nosso intelecto e prepare profissionais capazes de inovar e liderar em um futuro coexistente com a IA.

Este é um momento decisivo na educação e no desenvolvimento profissional. Devemos escolher entre ser meros usuários da tecnologia ou mestres de nosso próprio destino intelectual. A Inteligência Artificial tem o potencial de ser o maior professor que já tivemos, desde que estejamos dispostos a ser alunos dedicados e criativos. n



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