“Todos nós, pessoas e empresas, teríamos mil dias para fazer um letramento em inteligência artificial. Esse milésimo dia termina em 26 de agosto de 2025, mais conhecido como ano que vem”. É assim que o pós-doutor em inovação, inteligência artificial e projeção de cenários futuros, Juan Pablo Boeira, alerta para a necessidade e a velocidade com que pessoas e empresas devem inserir a IA em seu dia a dia.
Boeira, ao lado de Rafael Milagre, especialista em inteligência artificial, mentor de IA no G4 Educação e professor de IA na ESPM, e Gisah Akel, sócia-fundadora da Academic Ventures e partner da ESPM no Paraná, participaram de uma entrevista exclusiva para o GazzConecta sobre o futuro da IA no Brasil e no mundo. Confira abaixo a entrevista completa.
Os especialistas foram unânimes em afirmar que, à medida que a IA se torna uma extensão das capacidades humanas, aqueles que não dominam essa tecnologia enfrentarão dificuldades para se manter no mercado de trabalho. A comparação feita por Boeira com a revolução da internet nas décadas de 1990 ilustra bem essa mudança rápida que a tecnologia vem causando, com a IA desempenhando um papel central nas transformações em curso.
Boiera possui certificação em Inovação por Harvard, Resolução de Problemas Complexos pelo MIT e Inteligência Artificial pela OpenAI, criadora do ChatGPT. Ele tem 30 anos de experiência dirigindo empresas como Johnson & Johnson, Coca-Cola, Heineken, Red Bull, Lojas Renner e iPlace.
Ele destacou que, a partir de 30 de novembro de 2022, a sociedade teria mil dias para criar um letramento e familiarização com a capacidade que a IA tem em revolucionar negócios e processos, trazendo produtividade e agilidade.
O período citado por Boeira se encerra em 26 de agosto de 2025, o que significa que resta cerca de um ano para que pessoas e empresas adquiram o letramento necessário para usar a IA de forma eficaz. Segundo ele, quem não se adaptar a essa nova realidade pode perder relevância no mercado de trabalho em um futuro próximo. Esta conclusão vem do estudo de doutorado realizado por ele.
Já Rafael Milagre, que também é fundador da startup Nalk, cria assistentes pessoais com base em IA. Milagre enfatizou que a tecnologia já está transformando o cotidiano de empresas e pessoas, permitindo a criação de soluções que antes pareciam impossíveis.
Segundo ele, o conhecimento traz grande autonomia. “Uma pessoa do financeiro ou do RH, por exemplo, quando conseguiria desenvolver projetos de tecnologia? Este é um distanciamento muito grande das empresas. E, por exemplo, depois desse letramento, uma pessoa do RH vai entender que consegue desenvolver um assistente para ser mais produtivo em sua função”, explica.