A Samsung confirmou que algumas de suas funcionalidades de inteligência artificial (IA), atualmente disponíveis de forma gratuita, poderão se tornar pagas até o final de 2025. Esse anúncio foi feito por meio de um comunicado oficial relacionado ao lançamento dos novos modelos Galaxy Tab S10 e Galaxy S24 FE.
A empresa afirmou que determinadas funcionalidades da Galaxy AI, o assistente de IA da Samsung, estarão disponíveis por um período limitado gratuitamente, mas exigirão pagamento no futuro.
A tendência de cobrar por serviços de IA não é exclusiva da Samsung. Empresas como a Apple, com seu Apple Intelligence, também indicaram que planejam seguir por um caminho semelhante, oferecendo serviços gratuitos inicialmente, mas introduzindo cobranças posteriormente. A prática se assemelha a estratégias utilizadas por fabricantes de automóveis, que cobram por recursos adicionais, como aquecimento de bancos, mesmo após a compra do veículo.
A justificativa para a cobrança se dá, em grande parte, pelo alto custo operacional dos grandes modelos de linguagem usados nos assistentes virtuais, como o ChatGPT e o Gemini. Embora os custos de processamento de IA estejam diminuindo, com descontos agressivos no mercado, o número massivo de usuários dos smartphones torna insustentável manter esses serviços de IA gratuitos a longo prazo.
Além disso, os modelos de IA em dispositivos móveis ainda não têm o desempenho necessário para operar sem a dependência de infraestrutura em nuvem, o que aumenta os custos.
Empresas como NVIDIA e AMD, que lucram com a venda de processadores de alto desempenho, têm sido as maiores beneficiárias do avanço da IA. Entretanto, empresas de software, como OpenAI e outras startups do setor, ainda enfrentam dificuldades para tornar suas operações lucrativas, o que contribui para a pressão por novas formas de monetização de seus produtos.
A Samsung, assim como outras grandes empresas de tecnologia, está investindo no desenvolvimento de IAs mais eficientes em dispositivos móveis. Porém, para que essas tecnologias alcancem o mesmo desempenho de grandes processadores, como os da NVIDIA, e possam ser acessíveis sem a necessidade de cobrança, ainda será necessário superar grandes desafios tecnológicos, o que não deve ocorrer em curto prazo.
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Jornalista especializado em tecnologia há cerca de 20 anos, escreve textos, matérias, artigos, colunas e reviews e tem experiência na cobertura de alguns dos maiores eventos de tech do mundo, como BGS, CES, Computex, E3 e IFA.