Inteligência artificial no plantio é aposta da Bayer para ampliar produtividade

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Bloomberg Línea — A Bayer tem avançado no Brasil com a oferta de ferramentas tecnológicas para produtores rurais, em uma estratégia para usar a análise de dados e a inteligência artificial no plantio. Com isso, a empresa busca melhorar a produtividade e a rentabilidade no campo e, como consequência, expandir as vendas.

Uma das principais apostas da companhia é o software Bayer Valora, uma ferramenta que permite ao produtor rural receber uma prescrição (sugestão) da quantidade de sementes necessárias para o plantio em cada metro da propriedade. A solução tem como base imagens de satélite e é usada principalmente no cultivo de milho híbrido.

Apresentado há três anos pela gigante alemã que fornece sementes e fertilizantes, o software já foi utilizado por mais de mil clientes e superou os 500 mil hectares de prescrições geradas, segundo a empresa.

Agora, a meta da Bayer é ampliar a sua base de clientes e atender cerca de 300 mil hectares ao ano, segundo Abdalah Novaes, head de soluções agrícolas digitais da divisão de CropScience para a América Latina.

“Em vez de uma decisão sobre o plantio de milho sem muito conhecimento da área, nós conseguimos criar, por meio dessa tecnologia digital, uma recomendação muito mais assertiva para um tipo de milho híbrido da Bayer, a partir de um lugar específico”, disse Novaes em entrevista à Bloomberg Línea.

Leia também: Diversidade e resiliência no agro: como a Bayer enxerga o cenário para 2025

Segundo a companhia, em média, a cada 100 hectares plantados com essa prescrição, 70% das áreas produziram quatro sacas a mais do que áreas que não usaram a recomendação do Valora.

O maior desafio, segundo o executivo, é transformar os hábitos dos produtores rurais, que muitas vezes realizam as tomadas de decisão em fase de plantio no feeling com base em sua experiência.

“O Valora tem se tornado um pilar essencial de demonstrar as vantagens das ferramentas de agricultura digital para a realização de uma tarefa que o produtor já faz, que é o plantio de milho aqui no Brasil”, afirmou o executivo.

A empresa não divulga os valores investidos na ferramenta. Segundo Novaes, foram alocados US$ 6,5 bilhões em pesquisa e inovação de modo geral, sendo a vertente digital uma das maiores e principais fatias que receberam essa alocação.

Abadlah Novaes

Duas modalidades de uso

A ferramenta foi apresentada pela primeira vez na Agrishow de 2022 e é oferecida atualmente em duas modalidades. Na primeira – a mais comum -, a empresa compartilha o risco com o produtor, a partir do plantio de uma faixa “testemunha”, no jargão do setor, para comparar com a área em que foi utilizada a prescrição.

Segundo a Bayer, se a produtividade da faixa testemunha for maior do que a da área que recebeu a prescrição do Valora, a empresa arca com todo o custo adicional que o produtor teve para realizar o plant deal.

Para utilizar a ferramenta nessa modalidade, é necessário ter o plano do software de agricultura de precisão Climate Fieldview Plus ativo para processar as prescrições.

O produtor que opta por essa modalidade também precisa utilizar um dos híbridos de milho elegíveis da Bayer em pelo menos uma das últimas quatro safras. O tamanho da propriedade também é um dos requisitos para participar do programa e deve ter no mínimo 16 hectares.

Já na segunda modalidade do programa, há a possibilidade de o risco não ser compartilhado com a empresa, o que diminui o número de exigências operacionais.

O produtor também pode escolher entre o modelo tradicional e o flexível para cada área da propriedade. O intuito dessa “flexibilização”, segundo a Bayer, é abranger o máximo de produtores dentro do programa e isso vai de encontro com a nova estratégia da companhia de aumentar a base de clientes.

A Bayer não divulga os valores para adesão da ferramenta, mas Novaes disse que os produtores que gastaram acima de R$ 150 mil por ano nos últimos dois anos já dispõem de uma classificação que permite o acesso gratuito à plataforma do Climate Fieldview.

O próximo passo do Bayer Valora é que a ferramenta passará a recomendar uma dose de nitrogênio junto à quantidade de sementes, o que também está atrelada aos dados coletados e a inteligência artificial desenvolvida pelo time de software da empresa.

O programa foi herdado da Monsanto, adquirida pela Bayer por US$ 63 bilhões em uma transação concluída em 2018. O Climate Fieldview havia sido comprado pela Monsanto por US$ 1 bilhão, em 2013.

Por que a Bayer escolheu o milho

A escolha por trabalhar com os híbridos de milho da Bayer não surgiu de maneira aleatória, segundo Abdalah. “Essa ferramenta é desenvolvida a partir da inteligência artificial, e nós só temos ela disponível para os nossos híbridos porque não temos esses dados dos milhos de outras companhias ”, afirmou.

Climate FieldView, da Bayer

A companhia também tem desenvolvido soluções digitais para outras culturas. Um exemplo disso é a ferramenta Advisor para a soja, que se assemelha ao Bayer Valora, com a qual o produtor tem acesso, por meio da plataforma digital do Climate Fieldview, a um mapeamento de sua fazenda, atualizado a cada três dias a partir de dados coletados por um satélite.

“Uma das funcionalidades é que o produtor, ao selecionar a sua propriedade, recebe uma recomendação da melhor variedade de soja que ele pode plantar naquele talhão para tomar uma melhor decisão visando mais produtividade e também menos recurso”, disse Abdalah.

A empresa também estuda “exportar” as ferramentas e tecnologias desenvolvidas no Brasil para os Estados Unidos. O Brasil é o segundo maior mercado da Bayer e do Climate Fieldview, atrás dos americanos.

Globalmente, o software já possui cerca de 90 milhões de hectares mapeados. E o Brasil responde por cerca de um terço disso, ou 30 milhões de hectares.

Para a safra 2028/29, a companhia prepara ainda o lançamento da variedade de sementes “short corn” no Brasil, disse Novaes. Esse híbrido de milho da companhia está disponível nos EUA e tem potencial de se transformar na “principal forma de produção do cereal aqui no Brasil”, segundo ele.

A baixa estatura da planta, segundo o executivo, foi feita para que ela resista ao vento. “Ele é baixo, mas é robusto, além de consumir menos água.”

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