Inteligência artificial: Paris abre cúpula mundial de IA – 09/02/2025 – Mercado

Inteligência artificial: Paris abre cúpula mundial de IA - 09/02/2025 - Mercado

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A Austrália e outros países restringiram o acesso ao DeepSeek, a recém-lançada inteligência artificial chinesa. A Alphabet, dona do Google, revisou sua política que vetava o desenvolvimento de IA para uso militar. A IA estaria sendo usada para influenciar as eleições na Alemanha, demitir servidores públicos nos EUA ou selecionar alvos de mísseis na Palestina.

Em meio a esse aparente vale-tudo, a França abriga a partir desta segunda (10) uma cúpula internacional sobre a inteligência artificial. Não há esperança de que a declaração final do encontro, a ser anunciada na terça-feira (11), traga compromissos dos países signatários com metas concretas para um desenvolvimento seguro da IA.

“Será bastante genérico, terá menos de duas páginas”, antecipou Anne Bouverot, nomeada coordenadora da cúpula pelo presidente da França, Emmanuel Macron. “E será sobre os assuntos sobre os quais se consegue ter um consenso, não necessariamente de todos os países, mas relativamente amplo, muito além da União Europeia“, acrescentou Bouverot, em conversa com jornalistas de alguns veículos internacionais, entre eles a Folha.

Em crise de popularidade interna, Macron enverniza seu prestígio diplomático recebendo em Paris para a cúpula líderes como o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, co-organizador simbólico do evento; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; o premiê demissionário do Canadá, Justin Trudeau; o vice-presidente dos EUA, JD Vance; e o primeiro vice-primeiro-ministro da China, Ding Xuexiang. O Brasil será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que chegou neste domingo (9) à capital francesa.

Também estarão presentes dirigentes de várias das maiores empresas do setor. Até a tarde do domingo não havia sido confirmada a aguardada presença do bilionário sul-africano Elon Musk, eminência parda do recém-empossado governo Donald Trump nos EUA. Trump e Musk estiveram juntos em Paris recentemente, no início de dezembro, para a reinauguração da catedral de Notre-Dame.

Fisicamente presente ou não, Elon Musk paira sobre a cúpula como uma sombra. O líder da oposição de extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon, acusou Macron de colocar a França “sob o domínio tecno-feudal de Musk e outros bilionários do Vale do Silício”.

É que, sem esperanças de decisões políticas bombásticas durante a cúpula, o presidente francês aproveitará a cúpula para enfatizar o lado “business” da IA. Na quinta-feira (6), ele anunciou um investimento de € 50 bilhões (cerca de R$ 300 bilhões) dos Emirados Árabes na construção de data centers em território francês.

A intenção de Macron é apresentar a França como um polo acolhedor para empresas de inteligência artificial, como contraponto à nascente competição entre EUA e China no setor. O lançamento em janeiro, pelos chineses, da IA DeepSeek, mais enxuta e barata que as concorrentes e baseada em código aberto, sacudiu o mercado de IA de forma comparável ao lançamento do satélite Sputnik pela União Soviética em 1957, durante a corrida espacial entre americanos e russos.

“Isso reforça o caminho proposto pela França para a IA, que é o caminho dos talentos e do código aberto, mesmo sem ser um dos dois maiores países do mundo”, diz Anne Bouverot.

Neste domingo, o presidente francês declarou que a França investirá 109 bilhões de euros (US$ 112,62 bilhões) “nos próximos anos” em inteligência artificial. Esse valor “é equivalente para a França ao que os Estados Unidos anunciaram com ‘Stargate'”, disse Macron durante uma entrevista ao canal de televisão público France 2, referindo-se aos US$ 500 bilhões para IA anunciados por Trump.

Paris é sede de algumas startups importantes de IA, como a Mistral. Fundada há apenas dois anos e avaliada em mais de R$ 10 bilhões, ela é especializada nos “grandes modelos de linguagem” (LLMs, na sigla em inglês), que buscam reproduzir os padrões da fala e da escrita humanas.

Cúpulas sobre inteligência artificial foram realizadas em Bletchley Park (Reino Unido) em 2023 e Seul (Coreia do Sul) em 2024. O encontro de Paris é uma continuação dos anteriores, sem a pretensão, porém, de se tornar uma “COP da IA”.

A evolução do nome das cúpulas dá uma indicação de suas ambições. A de 2023 era a “Cúpula sobre Segurança na IA”, explicitando sua preocupação bem específica; a do ano seguinte virou simplesmente “Cúpula sobre IA”, indicando uma visão menos pessimista sobre a nova tecnologia. O deste ano recebeu o vago nome oficial de “Cúpula para a Ação sobre a IA”.

Entre os temas discutidos em Paris, continuará a figurar a suposta ameaça à espécie humana. Mas também haverá mesas-redondas sobre outras questões, como o risco de desemprego em massa; as violações de direitos autorais para o treinamento dos programas; a colossal pegada ecológica deixada pelo consumo de energia dos processadores; e os novos usos da IA, para o bem ou para o mal, em áreas como defesa e medicina.

A declaração final do evento passado, refletindo o estágio incipiente do debate, limitou-se a “afirmar a dedicação comum ao fomento da cooperação internacional e ao diálogo sobre a IA”. Foi assinada pela União Europeia e outros sete países, entre eles os EUA. Agora, a expectativa é se os EUA de Trump assinarão qualquer papel, mesmo que seja uma mera declaração de intenções, caso o líder americano a interprete como uma tentativa de regulamentação do setor.

Existem hoje algumas iniciativas internacionais visando direcionar a evolução da IA. A mais conhecida é a Parceria Mundial sobre a Inteligência Artificial (PMIA), criada em 2020. Apesar de subordinada à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a PMIA não se limita a seus 38 países-membros —o Brasil, que há vários anos reivindica sem êxito um lugar na OCDE, faz parte da PMIA. Espera-se que após a cúpula de Paris o número de países da PMIA chegue a sessenta.

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