A inteligência artificial generativa utilizada em conteúdos de música e audiovisual crescerá exponencialmente nos próximos cinco anos e pode impactar na renda de profissionais da área.
Um estudo da Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores (CISAC) e PMP Strategy indica que criadores podem perder renda de 24% na música e 21% no audiovisual.
Isso equivale a uma perda cumulativa de R$ 116,82 bilhões (22 bilhões de euros), sendo R$ 53,10 bilhões na música e R$ 63,72 bilhões no audiovisual.
Marcelo Castello Branco, presidente do conselho da CISAC e CEO da UBC no Brasil, afirmou que mudanças no setor são bem-vindas, mas sem colocar a subsistência dos criadores em risco.
“Nosso setor tem se adaptado a qualquer nova tecnologia que surja, mas com IA nos encontramos em um território desconhecido, pois a disrupção afeta o cerne do processo criativo, e não apenas seus canais de distribuição.”
As receitas derivadas diretamente da reprodução não licenciada, também serão afetadas aponta o estudo.
O valor pode atingir $ 21,24 bilhões anuais na música e R$ 26,55 bilhões no audiovisual até 2028. Em 2023, os montantes foram de R$ 530 milhões e R$ 1,06 bilhão respectivamente.
No setor musical, os mercados de streaming e bibliotecas musicais serão fortemente impactados pela IA.
Em 2028, estima-se que a música gerada por IA represente aproximadamente 20% das receitas de plataformas tradicionais de streaming de música e cerca de 60% das receitas de bibliotecas musicais.
O estudo ainda indica que tradutores e adaptadores para dublagem e legendagem serão afetados, com 56% de suas receitas em risco, enquanto roteiristas e diretores poderão perder entre 15% e 20% de suas receitas.