O alerta é dado a partir de França e alega que a pornografia infantil online está a aumentar com o desenvolvimento de inteligência artificial (IA), banalizando a violência sexual contra crianças e dificultando a proteção das vítimas.
A Fondation pour l’enfance refere que a chamada IA generativa permite criar uma quantidade infinita de conteúdos que podem ser armazenados num computador ou partilhados na Internet, desde vídeos de crianças a serem violadas ou imagens de adolescentes nuas, apenas baseando-se em imagens de rostos reais.
Apesar da edição, a distribuição em massa deste tipo de conteúdos “é grave porque contribui para a banalização das práticas pedófilas e para a objetificação das crianças“, disse à agência noticiosa France-Presse Angèle Lefranc, responsável na Fundação para infância (Fondation pour l’enfance), que divulgou hoje um relatório sobre o tema.
Segundo o relatório, a proliferação de conteúdos de pornografia infantil “aumenta o comportamento viciante dos consumidores, com imagens cada vez mais extremas, explícitas e violentas” e de consumo fácil.
“Os perfis e as motivações das pessoas que visualizam estes conteúdos são muito diferentes, mas quando há uma passagem para o ato, muitas vezes já o visualizaram antes”, afirmou Angèle Lefranc.
A fundação apelou aos políticos, jurídicos e tecnológicos para que ponham em prática uma “resposta forte, rápida e coordenada” e a sensibilização do grande público. “As pessoas não percebem que as fotografias dos seus filhos em fato de banho publicadas nas redes sociais podem ser utilizadas para treinar a inteligência artificial” para a pornografia infantil, afirmou Angèle Lefranc.
A principal “dificuldade” no controlo desta situação deve-se ao facto da IA estar “em constante evolução” e das pessoas “que consomem conteúdos pedófilos, que estão muito familiarizadas com as novas tecnologias, serem rápidas a apanhá-las”, acrescentou.