A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que os países devem ampliar seus investimentos e remover obstáculos à produtividade para estimular o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global. Uma das principais estratégias para isso, segundo ela, é garantir que o desenvolvimento de inteligência artificial (IA) seja disseminado amplamente.
Georgieva usou os Estados Unidos como exemplo positivo disso. “A tecnologia é o que impulsiona a produtividade dos EUA, que tem se sustentado em níveis elevados nos últimos anos, enquanto outros países oscilam com frequência”, disse.
A declaração foi dada durante uma mesa-redonda sobre as perspectivas para a economia de 2025 no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Durante o painel, Larry Fink, CEO da BlackRock, fez uma ressalva à fala de Georgieva, afirmando que o avanço da IA trará novos desafios para o combate à inflação global.
“Acredito que há certa complacência das autoridades em nível global. O crescente interesse na construção de data centers de IA deverá demandar grande quantidade de energia, mão de obra e materiais”, disse Fink. “Veremos a persistência de salários elevados e escassez de materiais básicos novamente”.
No horizonte de curto prazo, Fink avalia que a luta contra a inflação ainda não foi vencida. “O gênio [da inflação] ainda pode sair da garrafa”, disse. O comentário foi endossado por Georgieva, que ressaltou que as autoridades monetárias globais têm sido bem-sucedidas em reduzir a inflação sem provocar uma recessão, mas que ainda há “muito trabalho a ser feito”.
Também estavam presentes no painel Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, Tharman Shanmugaratnam, presidente de Singapura, e Faisal F. Alibrahim, ministro da economia da Arábia Saudita.
Caminhos para a Europa
Lagarde afirmou que a Europa poderia atrair trabalhadores americanos insatisfeitos com os recentes rumos da política dos Estados Unidos, em referência à posse do presidente Donald Trump. “Talvez seja hora de importar alguns dos talentos que podem estar desencantados do outro lado do mar”, disse.
O comentário veio em resposta a uma fala de Fink, que acredita que a Europa tem olhada muito para o passado. O executivo afirmou que o continente não está avançando o suficiente, e que a estratégia “não está funcionando”, já que a Europa estraia lutando para competir contra a força e a inovação dos Estados Unidos.