“Toda a estrutura baseia-se em voluntários. Hoje de manhã, impressionou-me muitíssimo entrar aqui e ver que alguém estava a dar o seu tempo livre, a sua inteligência e a sua vontade. É verdade que já não trabalhamos de sol a sol, mas trabalhamos muito e temos aqui pais de família, temos aqui mães com trabalhos também exigentes, jovens que têm exames”, aplaude.
IA entre a “conquista” e os “riscos” para a Humanidade
A manhã deste domingo foi dedicada à inteligência artificial (IA) e aos impactos que tem e terá em várias áreas da sociedade, nomeadamente a medicina, a educação, a indústria e a economia. E quanto à fé? “Isso ainda é uma descoberta que vamos fazer, depois marcamos um encontro para isso”, diz, entre risos, Catarina Almeida.
Mas o desafio está lançado e, este ano, o Meeting Lisboa já começou a dar passos para compreender as “consequências antropológicas da IA”. Helena Canhão, diretora da Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa, abriu as hostes da sessão deste domingo para falar sobre a influência destas inovações tecnológicas no tratamento de doentes.
Esta especialista aponta que a IA já tem sido utilizada para tornar o diagnóstico de certas doenças mais eficiente, como o cancro. Mas há sempre o reverso da moeda e, para cada potencialidade da IA, há “quase sempre” um risco associado, que pode pôr em causa o bem-estar do doente.
O exemplo mais comum destes pontos negativos passa pela relação “médico-doente” – e no facto de uma máquina “nunca substituir a relação humana, que percebe as crenças, barreiras e contexto”. Mas, para esta médica, há outro ponto a assinalar, menos óbvio: o “acesso a imensa informação” que altera o momento do diagnóstico.