A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, recusou a ajuda da SpaceX, empresa líder no setor aeroespacial, do bilionário Elon Musk, para “salvar” o telescópio espacial Hubble, que revolucionou a astronomia com suas descobertas desde 1990. A informação foi divulgada nesta terça-feira, junto com a notícia de que o observatório vai reduzir sua configuração de operação para se manter ativo por mais tempo.
Além do envelhecimento dos instrumentos científicos e da diminuição do número de giroscópios, a Nasa precisa lidar com a diminuição da órbita em que o Hubble opera. Basicamente, se nada for feito, ele cairá na Terra e vai se despedaçar ao reentrar na atmosfera. O Hubble geralmente opera a uma altitude entre 615 km e 530 km acima da superfície da Terra. No entanto, é provável que o telescópio caia abaixo de 500 km ainda este ano.
Segundo Mark Clampin, diretor da Divisão de Astrofísica na sede da Nasa em Washington, os operadores do telescópio não acreditam que o Hubble reentrará na atmosfera da Terra antes de meados da década de 2030. Clampin argumentou que a data limite e a limitação dos giroscópios já dá uma segurança aos cientistas sobre o limite de vida útil do Hubble.
— Nossa posição agora é que, após explorar as capacidades comerciais atuais, não vamos buscar uma reimpulsão agora — afirmou Clamping.
Um estudo de viabilidade foi feito para analisar a segurança do projeto, mas a Nasa decidiu descartar a parceria com a empresa de Elon Musk para evitar erros que poderiam dar um fim antecipado aos trabalhos de pesquisa do Hubble. No final das contas, a Nasa decidiu que é preferível deixar o envelhecer por conta própria do que correr o risco com a missão.
— Foi um estudo de viabilidade para nos ajudar a entender alguns dos problemas e desafios que poderíamos enfrentar. Havia opções, como a possibilidade de fazer aprimoramentos adicionando giroscópios ao lado de fora do telescópio, mas eles eram realmente apenas conceitos teóricos — justificou.
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Menos giroscópios, menos Ciência
A Nasa anunciou uma redução dos padrões de operação do Hubble para manter o telescópio vivo por mais tempo. Um dos três giroscópios que controlam a direção apontada pelo telescópio tornou-se instável nos últimos meses, levando a episódios intermitentes de “modo de segurança”, mais recentemente em 24 de maio.
— Depois de completar uma série de testes e considerar cuidadosamente nossas opções, tomamos a decisão de fazer a transição do Hubble do uso operacional para apenas um dos três giroscópios restantes — anunciou Clampin. O outro giroscópio será mantido em reserva para possível uso futuro.
A transição, que deve ser concluída até meados de junho, reduzirá em 12% a eficiência do Hubble em fazer observações científicas, passando de 85 órbitas semanais para 74, segundo Patrick Crouse, gerente de projeto da missão do telescópio.
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Ao longo de um ano, ainda será capaz de observar o céu noturno, mas não será capaz de rastrear objetos que estejam mais próximos do que o planeta Marte, embora tais alvos sejam raros, acrescentou Crouse.
A Nasa estima que há mais de 70% de chance de operação com essa configuração até 2035. Ao final da vida funcional do telescópio, a agência espacial planeja desorbitá-lo com segurança ou descartar o instrumento.
O telescópio, batizado em homenagem ao astrônomo Edwin Hubble, foi lançado em 1990 e opera a cerca de 515 quilômetros acima da Terra. Entre 1993 e 2009, astronautas visitaram o Hubble cinco vezes em missões de reparo com o Ônibus Espacial.
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