Até o momento, os cientistas e astrônomos afirmam que o Sistema Solar é formado por oito planetas principais (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) e um planeta anão (Plutão). Porém, existem algumas evidências científicas de que pode existir outro corpo celeste que compõe esse conjunto.
Nomeado de Planeta Nove, ou Planeta X, o suposto nono objeto cósmico do Sistema Solar já está sendo procurado há algumas décadas e, talvez, os especialistas da área descubram a verdade nos próximos anos.
Até 2006, Plutão era considerado o nono astro do Sistema Solar, mas foi reclassificado como anão após a União Astronômica Internacional (IAU) afirmar que ele não atendia a todos os critérios necessários para ser considerado um planeta. Contudo, é possível que um nono objeto do Sistema Solar realmente exista, mas os cientistas afirmam que os instrumentos astronômicos atuais talvez não sejam capazes de observá-lo.
Conforme a literatura científica explica, uma das primeiras evidências observadas sobre a existência de outro planeta no Sistema Solar surgiu em 2014, quando o objeto transnetuniano (TNO) Sedna foi estudado pelo astrônomo Scott Sheppard. Segundo os pesquisadores, os dados peculiares da órbita de Sedna indicam a presença de um astro com uma massa substancial naquela região.
Em mensagem enviada ao site Live Science, o astrônomo Mike Brown, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), afirma que a irregularidade detectada em Sedna sugere a presença de algo como um aglomerado de asteroides, um planeta anão ou outro planeta comum na região. Brown foi o responsável por propor a hipótese de que pode existir um novo corpo celeste no Sistema Solar, mas afirma que ainda não é possível confirmar com 100% de certeza que o objeto realmente existe.
“No início, não dissemos que existia um planeta porque pensávamos que era uma coisa ridícula que existisse. Mas tentamos muitas coisas diferentes para explicar o que estávamos vendo e nada mais funcionou. Nossas melhores estimativas são de que seja cerca de sete vezes mais massivo que a Terra, ou algo entre cinco e dez vezes a massa do nosso. Isto o tornaria o quinto astro mais massivo do sistema solar, atrás de Júpiter, Saturno, Netuno e Urano”, disse Brown.
Planeta Nove: o último planeta do Sistema Solar
Apesar de existirem algumas evidências que sugerem a existência do Planeta X, os atuais instrumentos espaciais ainda não são poderosos o suficiente para confirmar a hipótese dos cientistas.
Conforme Brown explicou, a espera pela detecção do Planeta Nove pode acabar em breve, após a abertura do Observatório Vera C. Rubin, um telescópio refletor terrestre de 8,4 metros que está sendo construído no norte do Chile. A nova missão científica está prevista para iniciar em 2025, então, talvez os cientistas descubram a verdade sobre o corpo celeste misterioso em breve.
Afinal, ainda falta muito tempo para encontrarmos o nono objeto cósmico do Sistema Solar?Fonte: Getty Images
Após a descoberta de Sedna, em 2016, os pesquisadores publicaram um estudo que propõe a existência do Planeta X e afirmaram a detecção de outros três TNOs com características semelhantes. Desde então, os autores do artigo continuam coletando informações para tentar confirmar a teoria; até o momento, foram descobertos outros TNOs que reforçam a possível existência, totalizando 13 objetos transnetunianos.
O motivo de os cientistas ainda não terem encontrado o Planeta Nove é a sua extrema distância do Sol, pois ele pode levar até 10 mil anos para completar uma órbita ao redor da estrela. Atualmente, Brown diz que os pesquisadores do projeto estão analisando dados do Telescópio Subaru do Japão, no Havaí. Se eles não o encontrarem, o Observatório Vera C. Rubin pode trazer a resposta para esse mistério.
Quanto tempo falta para encontrar o Planeta X?
O Observatório Vera C. Rubin começará a funcionar em 2025, mas os cientistas acreditam que ainda pode levar uma década ou mais para analisar os dados do telescópio e enviar sondas para confirmar a existência do objeto.
“Isso levará pelo menos uma década ou mais. Isto deve-se principalmente ao fato de as missões terem de passar por um longo e rigoroso processo de seleção governamental, acrescentou. Se o Planeta 9 for anômalo em algum aspecto, poderia haver mais interesse em acelerar tal missão”, disse Andreas Hein, engenheiro de sistemas espaciais da Universidade de Luxemburgo, ao Live Science.
Caso empresas privadas, como a SpaceX, se interessem pela pesquisa, pode demorar menos para a descoberta.Fonte: Getty Images
Em outro artigo publicado em 2022, um grupo de astrônomos afirma que pode demorar entre 45 e 75 anos para uma nave chegar próxima do astro e confirmar se ele é real. Os pesquisadores apontam que a estimativa é conservadora, então talvez a descoberta aconteça um pouco antes.
É importante destacar que nem todos os cientistas acreditam na existência do Planeta Nove; alguns até sugerem que as órbitas estranhas dos TNOs podem derivar de um viés observacional. A astrônoma Samantha Lawler, da Universidade de Regina, no Canadá, acredita que devem existir diversos objetos a serem descobertos, mas que o Planeta Nove não é um deles.
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