Futurista, estrategista, músico, palestrante, comunicador. É assim que Ian Beacraft, um dos maiores especialistas em novas tecnologias da atualidade, gosta de se definir. Na última década, prestou consultoria para clientes como Nike, Samsung, Intel, Coca-Cola, Google e Microsoft. Como CEO da Signal & Cipher, ensina grandes empresas a aplicar a inteligência artificial nas operações das suas empresas.
E é isso que o especialista fez também no vídeo gravado especialmente para o evento Época NEGÓCIOS 360º, apresentado nesta noite durante evento na Vila Bisutti, em São Paulo, antes da premiação das campeãs.
“Precisamos parar de olhar para a IA pelas lentes do passado”, disse a um público formado por CEOs e executivos. “Estamos vivendo uma época em que muitas coisas estão mudando, fazendo com que os modelos mentais do passado entrem em choque com os modelos e as tecnologias do futuro.”
Na implementação da IA, há muitos fatores que precisam ser levados em consideração, diz Beacraft, mas a maioria das pessoas está olhando para isso de uma perspectiva errada. “A maioria dos CEOs está pensando em eficiência e produtividade, o que é um bom lugar para começar, mas não é onde termina. Na verdade, o mais importante é olhar para a sua equipe, seus processos e sua estratégia.”
Não dá para tratar a transformação gerada pela inteligência artificial da mesma maneira como foi tratada a transformação digital, disse o especialista, para quem a tecnologia vai balançar as bases das empresas, alterando de forma profunda suas estruturas. “Para entender isso, tente imaginar um momento no futuro em que a inteligência artificial seja apenas uma coisa da vida, algo que faça parte da sua existência e da base da empresa. Como você vê a sua companhia? Como os seus funcionários passaram a tratar a tecnologia como uma colega, e não uma inimiga? O que vocês alcançaram com a tecnologia. Essas perguntas vão te ajudar a pensar em como usar a tecnologia agora.”
De acordo com o consultor de grandes empresas, é absolutamente necessário que os CEOs se envolvam diretamente na implementação. “Isso é criticamente importante porque 87% das iniciativas de IA falham. A única maneira de mudarmos isso é fazer com que a liderança, começando do topo, comece a entender as nuances dessa tecnologia e como ela se aplica ao trabalho que eles fazem.”
“Isso é criticamente importante porque 87% das iniciativas de IA falham. Essa porcentagem é significativamente maior do que aquela registrada nas iniciativas de transformação digital. E isso acontece porque tratamos a transformação gerada pela IA da mesma maneira como fizemos com a transformação digital, porque olhamos para a tecnologia com as lentes do passado. A única maneira de mudarmos isso é fazer com que a liderança, começando do topo, comece a entender as nuances dessa tecnologia e como ela se aplica ao trabalho que eles fazem.”