Review: 30 dias com o novo iPad Pro (M4)

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Depois de uma decepção com o iPad Pro (com chip M2), mesmo sendo um usuário assíduo do tablet da Apple, resolvi deixá-lo de lado para tarefas menores e trabalhar no Mac. Vendi meu iPad Pro e comprei um iPad Air, que se mostrou completamente suficiente e com um custo bem mais acessível.

Com o anúncio do novo iPad Pro (com chip M4) e suas propostas de mudanças mais robustas — especialmente no teclado, que me incomodava bastante —, decidi dar uma nova chance ao dispositivo.

Um mês após a compra, aqui estão as minhas impressões.

Espessura e peso

Sem dúvida, o destaque do novo iPad Pro é sua espessura. Imediatamente ao pegá-lo, percebe-se a diferença, ainda que numericamente seja mínima. O tablet é mais fino que um iPhone e tem a mesma espessura de um Kindle. Ele também é incrivelmente leve, tornando-o extremamente portátil.

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Ao olhar para o dispositivo, surge a grande questão de como a Apple conseguiu fazer um aparelho tão poderoso e tão fino ao mesmo tempo, lembrando os saudosos dias de Jony Ive. Sei que muitas pessoas preferem aparelhos um pouco maiores e com mais recursos, como uma bateria maior, por exemplo. Mas confesso que sou aficionado de dispositivos finos e leves, o que me agradou muito neste item.

Desempenho

Sim, o chip M4 faz muita diferença. Em comparação ao M2, o desempenho é perceptivelmente melhor, o que me faz refletir, como já comentei anteriormente, que a Apple deveria adotar um modelo de atualizações mais espaçadas para oferecer mudanças de maior impacto para seus usuários. Uma das reclamações mais frequentes a cada lançamento da empresa é que as modificações parecem muito simplórias para serem apresentadas como um novo produto.

Se você analisar, por exemplo, a diferença do M2 para o M3 nos Macs, ela é tão ínfima que no lançamento gastaram mais tempo comparando-o ao M1 para mostrar uma diferença realmente relevante. Pular o M3 e seguir direto para o M4 foi uma jogada muito inteligente. Como o M2 do iPad foi alvo de muitas críticas, um M3 pouco diferente iria piorar ainda mais essa percepção.

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Para tarefas rápidas e pequenas, como produção de textos, slides e afins, a diferença acaba não sendo muito grande. Mas mesmo essas atividades, quando executadas simultaneamente, são beneficiadas pelo novo chip. Ao trabalhar com aplicativos mais pesados (como Final Cut Pro, iMovie e o pacote Google — um grande vilão de bateria e memória), o processador oferece maior velocidade com eficiência energética

É facilmente possível trabalhar em um ritmo intenso e ainda assim alcançar as 10 horas prometidas de duração da bateria.

Tela

Outra novidade no novo iPad Pro é que o modelo de 11 polegadas, meu preferido em relação ao de 13″ (explico o porquê nesse artigo), agora tem a mesma tecnologia do seu irmão maior: uma tela Ultra Retina XDR com tandem OLED. Pode parecer pouco, mas da última vez quase optei pelo modelo maior só por causa da tela — ainda bem que não fiz isso…

A definição da tela é muito boa e vibrante, o que faz muita diferença — especialmente em uma versão menor. Assistir a um filme em uma viagem de avião, por exemplo, pode ser uma experiência muito mais agradável e interessante. Se você não se importa muito com esse tipo de característica, talvez não sinta diferença, mas eu gostei bastante. Independentemente de gosto e preferência, achei muito positivo a Apple “igualar” os produtos. Para mim, não fazia sentido ter uma diferença de qualidade nos modelos, sendo que a escolha dos consumidores tem a ver com o tamanho e não com o desempenho/a tecnologia.

Um detalhe a mais, que chegou atrasado mas foi muito bem-vindo, é a câmera na lateral horizontal ao invés de na vertical. Quem já fez reuniões nos iPads antigos sabe a luta que era alinhar-se com a câmera, além da impossibilidade de digitar durante a reunião. O iPad de 10ª geração já havia trazido esse novo posicionamento e, finalmente, ele chegou também à versão Pro.

Apple Pencil Pro

Um comentário rápido sobre o novo Apple Pencil Pro: não vale a pena.

Eu já não usava muito a versão anterior mas, testando a nova, as diferenças são praticamente imperceptíveis. Tanto que comprei, testei e devolvi antes de voltar para casa. Fiz vários testes e não vi nenhum recurso a mais que fosse realmente relevante.

Teclado

Estava tudo indo maravilhosamente bem, até chegar a um dos itens mais importantes para o uso do iPad como um computador. Na keynote de lançamento, a Apple anunciou uma série de modificações para tornar o Magic Keyboard muito superior: trackpad maior e mais responsivo, acabamento em alumínio e desempenho superior para acompanhar o novo iPad.

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Bem, ao fazer o unboxing, a primeira decepção: o acabamento externo é exatamente o mesmo. Desde o lançamento da primeira versão do Magic Keyboard, venho criticando esse acabamento externo, com um emborrachado feio que raramente envelhece bem, desvalorizando o aparelho. Além disso, ele deforma nas beiradas, deixando-o ainda mais com cara de mal acabado. Um teclado de incríveis US$300, na minha opinião, merecia um acabamento mais charmoso. Como a Apple não está mais trabalhando com couro, poderia ser algo como “couro ecológico”.

Fica pior quando você coloca o teclado no iPad. Ao invés de seguir a linha de espessura reduzida, o teclado é grande, pesado e compensa a espessura do iPad com uma área mais espessa que a anterior, de forma que juntos eles ficam da mesma espessura do conjunto de 2022. Sinceramente, para mim não faz sentido criar um novo iPad ultrafino, destacando essa característica incrível — como anunciado, o dispositivo mais fino que a Apple já produziu —, se o teclado não segue a mesma linha e estraga o avanço do aparelho.

A promessa de que o trackpad maior seria melhor e mais responsivo foi cumprida. Além disso, a tecla esc, que fazia falta na versão anterior, veio bem a calhar e melhorou bastante a usabilidade.

Conclusão

O iPad Pro com chip M4 é incrível em vários aspectos: ultrapotente, extremamente fino e leve, câmera mais bem posicionada e um design revolucionário na combinação desempenho/bateria/portabilidade. Tudo isso, no entanto, é ofuscado por um teclado mal acabado, pesado e grosso.

Se fosse hoje, eu devolveria o teclado (talvez coloque-o à venda) e procuraria uma opção mais interessante entre os paralelos. Talvez, carregar um teclado Bluetooth com um trackpad separado pode ser mais interessante que o teclado do iPad da Maçã.

Quem sabe, em 2026, a Apple olhe com carinho para o Magic Keyboard e faça algo à altura desse novo iPad…


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