Review: Horizon Forbidden West dá aula de port no PC

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E, por mais que ports recentes tenham tido qualidade melhor, aquele “ponto ideal” nunca existiu, salvo raras exceções. Felizmente, Horizon Forbidden West de PC, desenvolvido pela Nixxes, vem para limpar essa imagem e mostrar que há como ter um trabalho bem-feito.

horizon forbidden west

Imagem: Sony

Recheado de coisas modernas e interessantes, como DLSS 3, NVIDIA Reflex, boa otimização, configurações fáceis e visíveis para escolher, suporte a resoluções ultrawide, DualSense, mouse e teclado, e muito mais, Horizon Forbidden West é quase o port dos sonhos.

Confira o nosso review completo!

A versão completa do mesmo jogo de PS5 (para bem e para mal)

Bom, antes de mais nada, esse não é exatamente um review de Horizon Forbidden West: o game já saiu em 2022, foi aclamado pela crítica e tem sua legião de fãs por aí. A versão de PC, para um dos pontos positivos, traz tudo isso e mais.

Como assim “mais”? Basicamente, estamos falando da Edição Completa, já com o DLC Burning Shores, diversos bônus de pré-venda da época do PS5, recompensas cosméticas e de equipamentos, e por aí vai.

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Em contrapartida, alguns dos problemas, entraves e qualidade variável de certos elementos continuam – afinal, é o mesmo Horizon Forbidden West que vimos no PS4 e PS5.

Para quem busca um bom jogo de mundo aberto nos padrões modernos, há dezenas de horas para desfrutar atividades espalhadas, uma boa e intrigante história que mexe com temas bem interessantes, e um combate bastante satisfatório que envolve atacar peças específicas das máquinas.

Honestamente, não sou o maior fã da franquia, há algumas sidequests que não são tão interessantes, as mecânicas de escalada não são das melhores e há uma quantia quase exaustiva de atividades para realizar.

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Imagem: Sony

Entretanto, é inegável que Horizon Forbidden West traz um valor de produção altíssimo, cheio de atuações de ponta, capturas faciais impressionantes e uma experiência AAA muito redonda, fluida e que oferece um prato cheio para fãs que gostam de um belo mundo aberto.

E, por falar em belo, a qualidade técnica e o resultado visual conquistado na Decima Engine é sem dúvidas uma das coisas mais atrativas do pacote. E aí, será que temos a “versão definitiva” no PC?

Jogo lindo e bem otimizado, mas e a VRAM?

Certamente, um hardware mais parrudo consegue explorar alguns aspectos que o PS5 não consegue – e talvez esse seja um dos grandes atrativos até mesmo para quem já jogou versões de console de games que chegam para computadores. Como Horizon Forbidden West se comporta nesse quesito?

Em suma, o novo port da Nixxes não expande muito além dos consoles, mas placas de vídeo mais poderosas e CPUs mais potentes conseguirão empurrar elementos visuais mais parrudos, como resoluções maiores, framerate mais altos e certas melhorias mais sutis, como filtro anisotrópico, sombras, desfoque de fundo e distância de renderização melhores.

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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz

A realidade é que, fora a resolução e taxa de quadros superiores, você não terá uma experiência transformadora. Claro, GPUs mais fortes não vão precisar escolher entre o modo “performance ou qualidade” que vemos no PS5, garantindo 4K e 60 fps com folga, mas nada além de uma imagem mais nítida.

Durante toda a experiência, esse é o tipo de título que se beneficiaria bastante da adição de ray tracing, seja com iluminação global, reflexos ou até mesmo sombras: qualquer uso da tecnologia traria uma excelente melhoria gráfica. Esse, talvez, seja um dos únicos desejos não concretizados.

Porém, em Horizon Forbidden West isso acaba não sendo um ponto negativo, já que temos um dos jogos mais lindos da geração em mãos. E, como uma canção para os ouvidos, temos um port bem-otimizado.

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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz

Na verdade, falando assim, parece que é algo ordinário e protocolar, mas a Nixxes realmente fez um bom trabalho e consegue escalar para diferentes tipos PCs. O setup principal de testes aqui foi uma NVIDIA GeForce RTX 4090 e um i7-13700K, que proporcionou jogar em 4K e 120 fps com DLSS Qualidade, com tudo no Ultra.

Já em 1440p, Horizon Forbidden West passou facilmente dos 190 fps. Performance certamente não foi um problema. E, do mesmo jeito que escala bem para cima, as coisas funcionam bem para baixo: até mesmo em um ROG Ally foi possível jogar com as configurações Baixo/Médio em 30 fps.

Vendo testes na internet, vemos que até placas mais antigas, como a GeForce RTX 2070, conseguem dar conta de atingir os almejados 60 frames. E, na parte do processador, o game se comporta muito bem até em cenários de gargalo, sem nenhum tempo de renderização errático e que cause travamentos grandes.

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Imagem: Sony

A parte “boa” é que, por mais que os requisitos mínimos e recomendados pareçam pesados, eles provavelmente não levam em consideração alguns recursos ofertados no jogo, como upscalers de imagem (DLSS, FSR e mais) e a opção de resolução dinâmica com alvo de desempenho. Portanto, é mais leve de rodar do que aparenta.

O único pecado capital de Horizon Forbidden West de PC pode residir no uso de VRAM, um dos grandes vilões de ports modernos para computador – e que não casam bem com GPUs de 8 GB. Na maior parte do tempo, usar as texturas com o padrão Alto não vai gerar problemas, mas em alguns pontos específicos do game o consumo de memória pode subir para 8 a 9 GB.

E o que isso significa? Que o jogo vai tentar compensar com a RAM comum do sistema, bem mais lenta, causando perdas gigantescas no desempenho. Esses momentos são raros e podem ser contornados com texturas no Médio, que não deixam a desejar, mas você também pode se aventurar no Alto e trocar quando necessário (ou isso pode ser corrigido no futuro).

Por fim, vale enaltecer que Horizon Forbidden West funciona muito bem ao ser jogado com mouse e teclado, sem a obrigatoriedade de um controle, com todos os menus otimizados para a combinação e gameplay bem-adaptada.

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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz

Excelentes tecnologias em uso em Horizon Forbidden West

Boa parte do desempenho satisfatório em diferentes tipos de hardware de Horizon Forbidden West no PC – e de coisas legais a se explorar – vêm do uso de tecnologias modernas implementadas pela Nixxes.

Alguns recursos fazem diferença aqui, como o DLSS: em troca da antiga técnica de upscaling de imagem da Sony e outras companhias, o checkerboard, temos no lugar upscalers de imagens modernos, como o DLSS, com uso de IA, e outras soluções de software, como o FSR e o TAA.

O interessante é que se comparado lado a lado, até mesmo o DLSS Performance entrega resultados melhores que a solução adotada no PS5 no Modo Performance em 4K, criando o grande atrativo de desempenho e resoluções mais nítidas que na versão de console.

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Imagem: NVIDIA

Além disso, caso você seja o dono de uma GeForce RTX 40, também pode usar o DLSS 3, a ferramenta de construção de frames por IA que garante um belo salto de desempenho e ajuda se o seu cenário for limitado por CPU em Horizon Forbidden West.

Outros elementos bem-vindos por aqui estão as proporções de tela. Nativamente, Horizon Fornidden West já tem suporte para resoluções em 21:9 (Ultrawide) ou até mesmo 31:9 (Super Ultrawide).

A parte legal desse suporte é que, mesmo que você não tenha um monitor compatível, você ainda pode utilizar a resolução mais horizontal para efeitos cinematográficos à troca de faixas pretas na tela. Esse recurso é especialmente positivo, pois a Nixxes refinou todas as cutscenes de Horizon Forbidden West para se enquadrarem nesses tipos de plano.

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O já mencionado recurso de resolução dinâmica para uma meta de taxa de quadros também é muito bem-vindo, evitando que o chato e tedioso processo de encontrar a configuração perfeita e com margem de gordura para manter a performance de 60 fps constantes ocorra – o próprio game ajusta a resolução para você.

Por fim, mas não menos importante, todas as configurações podem ser alteradas em tempo real, dando um panorama real das mudanças, efeitos no jogo e seus respectivos impactos na performance, algo que não tem sido comum em títulos de PC.

Alguns problemas esquisitos, mas cada vez melhor

Apesar de a Nixxes ter feito um belíssimo trabalho em Horizon Forbidden West de PC, a versão para computadores tem suas falhas. Algumas delas, bem esquisitas por sinal, tem sido corrigidas, enquanto outras mais “protocolares” já até foram consertadas desde sua estreia.

A primeira anomalia que vimos e que já foi reparada é o HDR, que tinha uma das configurações, a de papel branco, funcionando incorretamente e estourando o contraste da imagem.

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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz

Entretanto, há outros pequenos probleminhas estranhos ocorrendo. O primeiro deles é ao jogar Horizon Forbidden West com um DualSense e de maneira wireless: caso use o mapeamento da Steam, um stutter constante a cada 4 ou 5 segundos ocorre na performance. A solução envolve não usar perfis da Steam para o joystick e diminuir o volume dos alto-falantes para 0%.

A outra inconveniência chata de descobrir foi a GPU não estar sendo utilizada na faixa dos 98 a 100%, deixando sobras (geralmente por volta de 80 a 85%). Mas por quê? O sintoma vem de uma causa bem estranha: ter o NVIDIA Reflex + Boost ativado, fazendo com que a placa de vídeo não utilize o seu potencial máximo.

Vale lembrar que o uso de DLSS 3 automaticamente ativa o NVIDIA Reflex, o que não é um problema. O empecilho vem quando o Reflex + Boost está ativo, um bug que não é comum e deve ser resolvido em breve.

É importante ressaltar que o NVIDIA Reflex também pode ser usado mesmo sem DLSS 3 e até é recomendável para um tempo de resposta melhor. Só que, por enquanto, não ative o Boost em Horizon Forbidden West para garantir um desempenho superior.

E, como último ponto, um elogio extra. Apesar de a CPU já ser muito bem-otimizada no game, a cada nova atualização vemos uma melhoria ainda mais nítida para cenários em que o processador é o gargalo, então a Nixxes vem aprimorando cada vez mais o que já era ótimo. Ponto para a Sony!

Vale a pena?

Sem dúvidas, Horizon Forbidden West sobe a régua para os ports de PC dos jogos da Sony. Na verdade, a meta de qualidade para qualquer jogo multiplataforma: esse é o tipo de conversão para PC que deveria ser o padrão, do tipo que não só faz o mínimo, mas trabalha em cada aspecto para aproveitar os diferentes tipos de hardware.

Claro, como usuários de PC, sempre esperamos aquele requinte além. Ter ray tracing seria uma adição espetacular, mas a Nixxes revelou que isso alteraria boa parte do sistema de renderização da Decima Engine, o que é compreensível. Já sobre os pequenos problemas, eles são isso: inconveniências bem específicas e que já estão sendo corrigidas.

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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz

Como jogo, Horizon Forbidden West é um típico mundo aberto recheado de atividades, sidequests, desafios, equipamentos para criar e elementos sutis de RPG. O combate se destaca pelas mecânicas de pontos fracos das máquinas e o padrão Sony de qualidade é escancarado na trama e elementos visuais de ponta para contar histórias imersivas. Seja esse seu estilo de jogo, aqui há um prato cheio.

Horizon Forbidden West de PC foi gentilmente cedido pela Sony para a realização desta análise.


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