RHs no Brasil resistem à Inteligência Artificial, revela estudo: 70% ainda não utilizam a tecnologia

RHs no Brasil resistem à Inteligência Artificial, revela estudo: 70% ainda não utilizam a tecnologia

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Estudo revela que 70% dos RHs no Brasil ainda resistem à adoção da inteligência artificial, apesar dos benefícios comprovados em produtividade e qualidade nas contratações.

Um estudo recente conduzido pela plataforma Think Work revelou que 70% dos departamentos de Recursos Humanos no Brasil ainda não adotaram a inteligência artificial (IA) como parte de suas rotinas. Embora a digitalização tenha avançado em diversos setores, a área de gestão de pessoas ainda enfrenta obstáculos significativos para incorporar tecnologias avançadas, como a IA, que tem o potencial de transformar processos, proporcionando maior eficiência e precisão na tomada de decisões.

A pesquisa indica que, entre os principais motivos para essa resistência, estão questões culturais, falta de conhecimento sobre as ferramentas e o receio de que a IA substitua tarefas humanas. Para Marcello Amaro, Chief Human Resources Officer (CHRO) da P3, plataforma de gestão de pagamentos corporativos, esse temor é infundado. “Os algoritmos inteligentes não substituem o olhar humano no departamento de RH, mas podem aprimorá-lo significativamente. Ferramentas de IA ajudam na triagem de currículos, mapeamento de competências e até na previsão de desempenho dos colaboradores, mas sempre com o direcionamento de um profissional qualificado”, explica.

De acordo com o estudo, apenas 30% das empresas que utilizam IA relataram ganhos em produtividade e melhorias na qualidade das contratações. Entre os principais benefícios identificados estão a automatização de tarefas repetitivas, como a análise inicial de currículos, e a capacidade de identificar padrões comportamentais dos colaboradores, algo que pode potencializar as decisões estratégicas do setor.

Apesar dessas vantagens, Amaro destaca que a adoção da IA deve ser feita com cautela. “É crucial que as empresas enxerguem a tecnologia como uma ferramenta complementar. A IA pode ajudar, mas não deve ser vista como uma solução definitiva para todos os desafios humanos no ambiente de trabalho. A conexão, a empatia e o cuidado com as pessoas continuam a ser pilares fundamentais do RH”, enfatiza.

Nos próximos anos, a expectativa é que a adoção da IA se expanda entre as empresas brasileiras, conforme a tecnologia se torne mais acessível e suas vantagens mais evidentes. O futuro dos Recursos Humanos passa pela transformação digital, mas sem perder sua essência: cuidar das pessoas. O uso de dados avançados pode tornar esse cuidado mais eficiente, mas nunca substituirá o toque humano que é essencial nessa área.

Com as mudanças tecnológicas no horizonte, o maior desafio para os RHs será encontrar um equilíbrio entre a eficiência da IA e a manutenção de uma gestão humanizada, algo que deverá moldar o setor nos próximos anos.

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