A Inteligência Artificial Generativa (IAG) está transformando inúmeras indústrias. E isso não é diferente em relação à indústria de eventos. Utilizando ferramentas de IAG ainda bastante genéricas, como ChatGPT, Perplexity AI e Claude, é possível conduzir estudos de mercado e da concorrência em poucas horas, otimizar atividades de marketing tais como planejamento de campanhas e criação de conteúdo, aumentando a qualidade do resultado e reduzindo o seu custo; e aprimorar a análise de dados, manipulando dados e gerando insights em tempo recorde.
Essa transformação profunda e multifacetada apresenta, para os profissionais do setor, um cenário de oportunidades e desafios. Por um lado, a IAG oferece ferramentas poderosas para otimizar processos, personalizar experiências e criar conteúdo inovador, abrindo novas possibilidades criativas e operacionais. Por outro, ela ameaça substituir funções tradicionalmente humanas, neste caso o profissional de “colarinho branco”, exigindo uma rápida adaptação e requalificação da força de trabalho. Esta dualidade cria um ambiente dinâmico onde a inovação e a obsolescência coexistem, forçando os profissionais a repensarem suas habilidades e papéis.
A necessidade de adaptação e aprendizado contínuo continua a ser imperativa. Profissionais devem buscar constantemente atualização em tecnologias emergentes. Com o advento da IAG, essa afirmação se torna mais verdade do que nunca. Segundo Karim Lakhani, professor da Harvard Business School, especialista em tecnologia no ambiente de trabalho e, particularmente, inteligência artificial, a IA não irá substituir os humanos, mas humanos com IA irão substituir os humanos sem IA. Em minha opinião essa frase descreve com clareza o que podemos esperar com o aumento da adoção da IAG na indústria de eventos, assim como em outras indústrias, com pequenas variações entre uma indústria e outra.
Porém, não acredito que a introdução desta nova tecnologia seja diferente de outras revoluções tecnológicas que mudaram a sociedade, como a revolução industrial, e o nascimento da internet, por exemplo. Ao mesmo tempo em que essas tecnologias eliminaram algumas profissões, inúmeras outras foram criadas e o resultado é um aumento nunca antes visto nos padrões de desenvolvimento em todo o mundo.
Assim como nos dois exemplos citados acima, a IAG permitirá aumentos na produtividade que ainda não são possíveis prever, uma vez que ainda estamos testemunhando o nascimento e os primeiros passos dessa tecnologia. Na medida em que os modelos evoluírem, se especializarem e forem encapsulados em aplicações que irão mudar radicalmente a forma como iremos interagir com eles, os aumentos de produtividade serão exponenciais e irão elevar mais uma vez os padrões globais de desenvolvimento humano.
Em suma, enquanto a IAG redefine certos aspectos do trabalho na indústria de eventos, ela também abre caminhos para evolução profissional e inovação, desafiando os profissionais a se reinventarem e abraçarem as novas possibilidades tecnológicas. O futuro de cada profissional será moldado com base na sua capacidade de abraçar as oportunidades oferecidas pela nova tecnologia, neste caso a IAG, enquanto navega habilmente pelos desafios que ela apresenta. Sempre foi assim, e continua sendo assim.
Claudio Della Nina, diretor-geral Latam da RX.