Na última terça-feira (28), a NASA emitiu um comunicado sobre a sonda OSIRIS-APEX, que está a caminho de um encontro com o asteroide Apophis. A espaçonave, que se chamava OSIRIS-REx quando foi usada para coletar amostras da rocha espacial Bennu, mudou de nome com a extensão da missão.
De acordo com a nota da agência, o equipamento fez uma primeira passagem pelo Sol em 2 de janeiro e, desde então, a equipe científica responsável estava checando suas condições de saúde.
Sonda deve se aproximar do asteroide Apophis em 2029
A missão exige que a OSIRIS-APEX sobrevoe 40 milhões de km mais perto do Sol do que foi projetada para operar. Os cientistas consideram necessárias várias passagens tão próximas assim para que a sonda entre em uma rota apropriada para chegar a Apophis em 2029.
A espaçonave está em uma órbita elíptica ao redor do Sol, o que a coloca em um ponto mais próximo da estrela uma vez a cada nove meses. Para se preparar para a intensa explosão de radiação, no início de dezembro, a equipe da missão configurou um dos dois painéis solares da OSIRIS-APEX de forma a preservar os instrumentos mais sensíveis da sonda, enquanto o segundo painel estava voltado para o Sol para captar energia para a espaçonave.
Segundo a NASA, essa engenharia criativa protegeu a sonda durante sua aproximação perigosa do Sol, assim como previsto por simulações de computador. “É fenomenal como nossa configuração de espaçonave protegeu a OSIRIS-APEX, então estou realmente encorajado por esta primeira passagem de periélio”, disse Ron Mink, engenheiro de sistemas de missão da OSIRIS-APEX no Centro Espacial Goddard da agência.
Dados de telemetria baixados da espaçonave em meados de março garantiram aos cientistas a boa saúde do equipamento. No início de abril, a sonda se afastou o suficiente do Sol para retomar as operações normais.
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Cientistas e engenheiros também ficaram agradavelmente surpresos quando constataram que uma câmera a bordo se saiu ainda melhor do que o esperado depois de ser exposta a altas temperaturas durante o encontro. Trata-se da MapCam, uma câmera de médio alcance que anteriormente mapeou Bennu em cores e também mapeará Apophis. O instrumento viu uma redução de 70% nas manchas brancas incômodas chamadas pixels quentes desde abril do ano passado.
Esses pixels quentes ocorrem devido à exposição prolongada à radiação solar e são um problema comum para câmeras no espaço. Embora normalmente essas anomalias sejam resolvidas com calor controlado usando aquecedores a bordo, a câmera da sonda OSIRIS-APEX foi restaurada naturalmente, graças ao pico de calor do encontro solar próximo.
Embora os membros da equipe da missão estejam aliviados com o fato de que a OSIRIS-APEX está segura após o primeiro periélio, eles não sabem como mais cinco desses encontros podem afetar a sonda e seus instrumentos.
A próxima aproximação máxima com o Sol está programada para 1º de setembro, quando a espaçonave passará a 74,8 milhões de km da superfície do astro, bem dentro da órbita de Vênus e muito além dos limites operacionais originalmente previstos.