Steve Jobs prevê o futuro dos computadores há 40 anos

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Steve Jobs era um visionário, um homem da tecnologia. Ele via o mundo com outros olhos. Num vídeo desconhecido, agora partilhado pelos quatro cantos da internet, podemos perceber como ele olhava para o futuro e vaticinava uma realidade que, 40 anos depois, se tornou… realidade!

Steve Jobs prevê o futuro dos computadores há 40 anos

Steve jobs prevê o futuro em vídeo inédito

Sir Jony Ive, antigo SVP de Design Industrial e Diretor de Design da Apple, fez a seguinte introdução ao vídeo.

Steve raramente participava em conferências de design. Estávamos em 1983, antes do lançamento do Mac, e ainda nos primórdios da Apple. É de cortar a respiração o quão profundo era o seu entendimento das mudanças dramáticas que estavam prestes a acontecer quando o computador se tornou amplamente acessível. Claro que, para além de ser profético, foi fundamental na definição de produtos que iriam mudar a nossa cultura e as nossas vidas para sempre.

Em vésperas de lançar o primeiro computador verdadeiramente pessoal, Steve não está apenas preocupado com a tecnologia de base e a funcionalidade do design do produto. Isto é extraordinariamente invulgar, uma vez que nas fases iniciais de uma inovação dramática, é normalmente a tecnologia principal que beneficia de toda a atenção e foco.

Jony Ive descreve a atenção de Jobs como um guião do que o futuro brindaria o ser humano.

Steve Jobs prevê o futuro dos computadores há 40 anos

Segundo Ive, Jobs salientava, na altura, que o esforço de design nos EUA se centrava no automóvel, com pouca consideração ou esforço dado à eletrónica de consumo. Embora não seja invulgar ouvir os líderes falarem da responsabilidade nacional de fabricar, o ex-Diretor de Design da Apple achou interessante que ele falasse da responsabilidade nacional de conceber.

Na palestra, Steve prevê que, em 1986, as vendas do PC ultrapassariam as vendas de automóveis e que, nos dez anos seguintes, as pessoas passariam mais tempo com um PC do que num automóvel. Estas eram afirmações absurdas para o início da década de 1980. Descrevendo o que considera ser a inevitabilidade de esta ser uma nova categoria generalizada, pede ajuda aos designers presentes. Pede-lhes que comecem a pensar na conceção destes produtos, porque bem ou mal concebidos, continuariam a ser fabricados.

Steve continua a ser um dos melhores educadores que já conheci na minha vida. Tinha a capacidade de explicar tecnologias incrivelmente abstratas e complexas em termos acessíveis, tangíveis e relevantes. Ouvimo-lo descrever o computador como não fazendo nada mais do que completar tarefas bastante mundanas, mas fazendo-o muito rapidamente. Dá o exemplo de sair a correr para ir buscar um ramo de flores e regressar no momento em que se consegue estalar os dedos - a velocidade torna a tarefa mágica.

Uma das profundas ilações deixadas por Steve Jobs era dedicada à qualidade do produto, à funcionalidade, ao conjunto de ações, que chamada de processo criativo. Por várias vezes na vida do CEO da Apple, Jobs impôs que o produto se adaptasse ao utilizador, em vez de ser o utilizador a adaptar-se ao produto. Contudo, como sabemos, sempre foi um acérrimo defensor dos saltos tecnológicos, sendo pioneiro e até o vilão em muitas lutas por novas tecnologias em detrimento de outras instaladas e fortemente usadas.

Quem não se lembra da polémica que envolveu o remover da drive de disquetes nos Macs, do remover o suporte a portas de terceiros, para obrigar a usar as suas portas proprietárias. Tecnologias que quis afastar dos seus produtos, como o flash do iPad, entre tantas outras conquistas e algumas derrotas.

Quando olho para trás, para o nosso trabalho, o que recordo com mais carinho não são os produtos, mas o processo. Parte do brilhantismo do Steve foi a forma como aprendeu a apoiar o processo criativo, encorajando e desenvolvendo ideias mesmo em grandes grupos de pessoas. Ele tratava o processo de criação com uma reverência rara e maravilhosa.

A revolução que Steve descreveu há mais de 40 anos aconteceu, é claro, em parte devido ao seu profundo compromisso com uma espécie de responsabilidade cívica. Ele preocupava-se, muito para além de qualquer tipo de imperativo funcional. A sua vitória foi pela beleza, pela pureza e, como ele diria, por se importar. Ele acreditava verdadeiramente que, ao fazermos algo útil, poderoso e belo, expressamos o nosso amor pela humanidade.

Vejam o vídeo completo de 55 minutos:




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