A recente integração da IA Gemini ao Google Workspace levantou preocupações entre funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Relatos indicam que membros da agência acreditam que suas conversas podem estar sendo gravadas e analisadas sem seu consentimento, gerando um ambiente de trabalho mais cauteloso e tenso.
A IA Gemini e sua ativação automática
Desde janeiro de 2025, o Google expandiu o acesso à Gemini em sua suíte de aplicativos Google Workspace, incluindo Gmail, Google Docs, e Google Meet. A IA pode realizar tarefas como redigir e-mails, ajudar em projetos de programação e responder perguntas, além de transcrever reuniões realizadas por meio do Google Meet. O problema? A funcionalidade foi ativada automaticamente, sem exigir consentimento explícito dos usuários.
O impacto na USAID
A USAID, como muitas outras empresas e agências governamentais, usa o Google Workspace. No entanto, segundo um relatório do portal IT Brew, funcionários da agência receberam advertências verbais de que a Gemini poderia estar registrando conversas em reuniões e até mesmo em documentos internos. Como resultado, as interações entre os funcionários tornaram-se mais formais e contidas, afetando o ambiente de trabalho.
Além disso, o momento da implementação da IA coincidiu com a posse do governo Trump, o que gerou preocupações entre os trabalhadores. Muitos temem que a adoção da tecnologia possa estar ligada à nova administração e ao seu interesse em monitorar a agência. O Google, no entanto, negou qualquer interferência governamental e afirmou que a inclusão da Gemini no contrato da USAID foi decidida antes da posse presidencial.
Um ambiente de incerteza
A preocupação com privacidade na USAID ocorre em um contexto já complicado. A agência tem sido alvo de ataques públicos e cortes orçamentários, além de enfrentar pressão política. Com a inclusão da Gemini no Google Workspace, funcionários agora temem que suas palavras possam ser registradas e mal interpretadas, mesmo sem intenção de vigilância direta.
Embora o Google tenha garantido que a IA não foi implementada para fins de espionagem, as dúvidas sobre o uso dos dados coletados permanecem. O caso levanta um alerta sobre o impacto da IA nas relações de trabalho e reforça a necessidade de um debate sobre privacidade digital no ambiente corporativo e governamental.
Fonte: Gizmodo US