A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
É com um recurso de R$ 7 milhões que a Universidade de Passo Fundo (UPF) vai tirar do papel três projetos neste ano. Um deles, que leva o nome de Laboratório de Serviços de Análise de Rebanhos Leiteiros (Sarle), é a criação de um centro de inteligência artificial para monitoramento da qualidade do leite. Algo que ainda não existe no Brasil.
A ideia, explica Carlos Bondan, coordenador do curso de Medicina Veterinária da UPF e um dos líderes do projeto, é construir um espaço para o monitoramento da qualidade da matéria-prima desde a propriedade até a indústria. Do leite, será possível gerar dados de bem-estar do animal, informações meteorológicas, características do solo e até a alimentação do rebanho.
— O equipamento tem como novidade a possibilidade de identificar componentes que não são do leite, assim, será possível diagnosticar fraudes também — detalha o professor.
No Brasil, ainda não existe essa tecnologia. No entanto, em outros países, como Estados Unidos, Canadá, Uruguai e Argentina, já há.
— Para a profissionalização da cadeia leiteira, nós não podemos ficar para trás nestes avanços tecnológicos — acrescenta Bondan.
O centro de monitoramento será coordenador pelo professor Ricardo Zanella e terá uma equipe multidisciplinar, formada por pesquisadores de diferentes programas de pós-graduação da UPF. O projeto também conta com o apoio de entidades, sindicatos e associações ligadas ao setor bovino e leiteiro, que serão diretamente impactados.
Os outros dois projetos que foram agraciados com o recurso são para a modernização de outros laboratórios e a criação de bolsas de pesquisa. O montante será disponibilizado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).