A vacinação contra a dengue em crianças e adolescentes ganhou um impulso em dezembro de 2024 com o uso de inteligência artificial, a partir de um chatbot administrado pela Prefeitura de Campinas. O número de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos com esquema de imunização incompleto diminuiu com o uso da tecnologia, segundo dados da secretaria de Saúde. O esquema é formado por duas doses e o Ministério da Saúde recomenda intervalo de três meses entre cada aplicação.
A Pasta informou que registrou 1.101 segundas doses em dezembro, sendo 919 (83,5%) em pessoas de famílias que receberam as mensagens sobre a necessidade de completar o esquema via WhatsApp. O número representa um aumento de 58,2% no comparativo com o mês de novembro.
“Quando comparado ao número total de segundas doses aplicadas em novembro, 696, obtivemos acréscimo geral de 58,2% na adesão à vacinação por conta das mensagens diretas e a repercussão nas comunidades onde estão as crianças e adolescentes”, destacou a coordenadora do Programa de Imunização de Campinas, Chaúla Vizelli.
Uso de inteligência artificial na vacinação contra dengue
A inteligência artificial da Prefeitura funciona com o WhatsApp da Ana, assistente virtual da Saúde, pelo (19) 99604-3012. Ele é identificado por Acesso Fácil – Saúde Campinas. A Saúde Digital informou que realizou 7,5 mil disparos de mensagens por WhatsApp entre os dias 2 e 3 de dezembro.
A mensagem-padrão informa que não foi identificado em sistema o registro da 2ª dose de vacina contra dengue da pessoa em questão, e a orienta a ir a um Centro de Saúde. Além de aparecer a identificação da Saúde, também há uma imagem escrito “Vacina é vida”. Veja o exemplo na foto abaixo:
Confira o texto completo exibido para cada pessoa:
Olá!
⚠️ Informamos a você, responsável por (nome), que não foi identificado em nosso sistema o registro da segunda dose de vacina contra a dengue.
Garanta as doses completas de proteção.
Procure a sala de vacina de um Centro de Saúde mais próximo.
A Secretaria de Saúde de Campinas agradece sua atenção!
Tem dúvidas sobre vacinas e endereços? Acesse nosso site https://campinas.sp.gov.br/sites/vacina
De acordo com a Saúde, a medida integra a série de novas estratégias que estão em fase de implementação pela Prefeitura para enfrentamento à dengue ao longo de 2025. Diante do resultado expressivo, a Saúde prevê nova ação com IA até o fim da próxima semana.
Cobertura vacinal em Campinas
O imunizante contra a dengue está disponível nos 68 CSs (Centros de Saúde). A campanha começou em 11 de abril e, até segunda-feira (6), foram aplicadas 27.784 vacinas. Neste momento, há 8.590 crianças e adolescentes com esquema incompleto, e outras 2.260 precisam aguardar o fim do intervalo necessário para receber a segunda dose, de acordo com a Prefeitura.
No início de dezembro, a Saúde contabilizava 7.293 segundas doses de imunizante contra dengue aplicadas, e 9.151 crianças e adolescentes com o esquema vacinal incompleto.
Vacinação até 6 de janeiro
- 1ª dose: 19.317
- 2ª dose: 8.467 (49,63% das 17.057 pessoas aptas para receber)
- Total de doses aplicadas: 27.784
- Receberam a 1ª dose e precisam esperar intervalo: 2.260 pessoas
- Estão com esquema incompleto: 8.590 pessoas (50,36% das aptas para receber)
Inicialmente, o público-alvo total da vacinação contra a dengue em Campinas era estimado em 90 mil, contudo, a Pasta fez atualização de sistema e passou a considerar novos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, a faixa foi atualizada para 65,2 mil.
Como se vacinar?
Não é preciso realizar agendamento para receber a dose contra a dengue. Basta levar documento de identidade com foto e a caderneta de vacinação (se tiver).
As salas de vacinação funcionam conforme horário de cada CS. Endereços e contatos estão disponíveis aqui.
Esta é a segunda iniciativa da Saúde com aplicação de IA para enfrentamento à dengue. Desde 12 de março, toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente e evitar casos graves.
Se necessário, há nova orientação para buscar por atendimento. Até 6 de janeiro, 49.078 pacientes foram acompanhados e 16.428 reencaminhados aos serviços de saúde.
Apelo aos pais e responsáveis
Chaúla Vizelli explicou que o imunizante é seguro e importante para evitar casos graves e até óbitos pela doença. Ela fez um apelo para que pais ou responsáveis levem crianças e adolescentes às unidades básicas.
“Para ter a adequada proteção contra casos graves e hospitalizações é fundamental que o público-alvo receba duas doses. Por isso, estamos encaminhando essa mensagem para lembrar pais e responsáveis de levarem os filhos para atualizar o esquema”, ressaltou.
Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, Campinas registrou 121.241 casos confirmados de dengue e 84 óbitos. Os dados foram atualizados até a última segunda-feira (6).
Medidas contra dengue
As novas ações da Prefeitura para enfrentamento à dengue foram anunciadas em 21 de novembro. A Administração afirma que, desde então, já houve intensificação nos trabalhos do GRU (Grupo de Resposta Unificada), que passou a ser quinzenal em vez de mensal, e foi realizada a primeira reunião com lideranças de bairro, a partir da região do Campina Grande.
A melhor forma de combater a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados ralos e vasos sanitários inutilizados.
Estatísticas e assistência
Dois fatores contribuíram para a alta de casos na cidade em 2024: circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história e condições climáticas favoráveis para a proliferação do Aedes, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor.
A pessoa que tiver febre deve procurar um CS imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.
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